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Coluna Ozinil Martins | Quando o exemplo é determinante!
19 de Junho de 2020

Coluna Ozinil Martins | Quando o exemplo é determinante!

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Imagem: Google Imagens

 

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Em tempos de pandemia sucedem-se os exemplos que norteiam o padrão de comportamento da maioria do povo brasileiro. Sob uma educação construída na base do “faz de conta” fingimos uma civilidade que não existe.

Tão logo declarada às condições para a compra de insumos para a saúde sem que houvesse a necessidade de licitação começou a festa. Escândalos e operações da Polícia Federal começaram a ser noticiados pela imprensa. Compra de respiradores superfaturados, que não funcionam ou que não são adequados ao que se destinam, mostram o zelo dos administradores públicos com o dinheiro do povo. Pará (Capitania da Família Barbalho), Rio de Janeiro (celeiro de marginais na gestão pública), Santa Catarina (espoliada em 33 milhões de reais), são alguns dos exemplos mais gritantes e mostram a ponta do iceberg; imaginem o que não está acontecendo em mais de 5 mil municípios pelo país afora. A prefeitura de Recife, em uma de suas compras fantásticas, adquiriu 22 milhões de luvas para a rede hospitalar!

Portanto, nada a estranhar em relação aos funcionários públicos que, por este imenso Brasil, cadastraram-se para receber o auxílio emergencial de R$ 600,00. O exemplo que vem da “elite” brasileira é determinante. Se eles podem fazer todo tipo de falcatrua, por que o cidadão comum não pode?

Ainda recentemente veio a público as festas patrocinadas pela Binacional Itaipu a altos integrantes de tribunais brasileiros; membros do STF, TJ, TSE, passeando pelo mundo com dinheiro provindo da empresa geradora de energia. Passagens aéreas, estadia em hotéis luxuosos, comidas as mais sofisticadas possíveis fazem parte das benesses que Suas Excelências usufruem por conta do dinheiro público. Claro, tudo isto repassado para sua conta mensal de energia.

Os recentes processos que tramitavam no STF e que foram extintos por decurso de prazo podem ser debitados à formação do caráter em que é moldado o brasileiro comum. Renan Calheiros, Romero Jucá, José Serra entre outros, agradecem a morosidade da justiça brasileira. Justiça?

O caráter de um povo se forma, também, pelo exemplo de suas autoridades maiores. Se os exemplos não são honestos não há como culpar o povo. E, o pior é que estes exemplos generalizam comportamentos em coisas comezinhas. A aglutinação em locais públicos, o uso da máscara, o não afastamento social. Tudo é um processo que começa na desmoralização da conduta de altos homens públicos que se apoderam de recursos do Estado como se fossem deles proprietários.

Tenho um amigo muito querido, que retrata em uma frase emblemática, o Brasil; diz ele: “Este país não corre nenhum perigo de dar certo!” Infelizmente parece que Bezzerra da Silva, o malandro que era profeta, já preconizava: “Para tirar meu Brasil desta baderna só quando o morcego doar sangue e o Saci cruzar a perna!” Para refletir!

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