A Escola suíça de gestão IMD realizou pesquisa mundial sobre produtividade com 64 países. O Brasil ficou em companhia de Mongólia e Venezuela e ocupa a sexagésima posição.
O Brasil, apesar do discurso governamental, continua a ser um país, economicamente fechado para a competição internacional e, fruto deste posicionamento, vem se distanciando das economias mais produtivas do mundo e perdendo espaço, inclusive, junto aos emergentes.
Com o pesadíssimo Custo Brasil (parece que com a nova reforma tributária ficará pior), a competitividade com os países que expõem sua indústria à competição, ficará mais complicada e manterá o país nas últimas posições em relação ao contexto mundial. O cobertor dos incentivos governamentais às indústrias ineficientes terá um custo que será bancado pelo consumidor, o que já ocorre de há muito em relação à indústria automobilística; talvez a mais protegida do mundo.
Quando se toma conhecimento de que 1 trabalhador americano produz o equivalente a 5 trabalhadores brasileiros percebe-se o tamanho do atraso e do desafio a ser enfrentado. Se é que há algum interesse do governo em mudar esta situação!
Em 1980 o PIB da Coreia do Sul representava 17,5% do PIB dos Estados Unidos e, o do Brasil representava 39%. Em 2018, quase 40 anos após, o PIB coreano representava 66% do americano enquanto, no mesmo período, o PIB do Brasil caia para 25,8%. Fonte: CNI.
Com um sistema de transporte de cargas baseado no modal rodoviário, com parte das estradas em condições ruins, com alta carga tributária e baixo retorno aos pagadores de impostos, com carência em inovações tecnológicas e deficiente setor de pesquisa, o país paga o preço do atraso e, enquanto sustenta uma elite pública muito bem paga, o povo sofre com a falta de empregos qualificados, baixos salários e alto custo de vida.
Não bastassem os pontos citados é importante ressaltar como o maior gargalo para a baixa produtividade o nível educacional do povo brasileiro. O país é um celeiro na formação de bacharéis que, obviamente, não encontram no mercado a receptividade que imaginam. Um dado concreto são os cursos de Direito. No Brasil existem 1.896 cursos de Direito e somente 192 receberam a insígnia da OAB, que tornam estes cursos referendados pela Ordem. Isto significa intuir que apenas 10% dos estudantes destes cursos estudarão em faculdades com grau de qualidade reconhecido. Só para elucidar o descaso com que é tratada a Educação superior no país vale a citação de que existem mais cursos de Direito no Brasil do que a soma de todos os países do mundo. Fonte: Conselho Nacional de Justiça.
Enquanto o governo despeja caminhões de dinheiro no ensino superior, o fundamental e médio é tratado como patinho feio. Um porque é responsabilidade dos municípios e o outro do Estado. Enquanto o governo não revisar suas prioridades para a Educação continuaremos formando analfabetos funcionais. Não adianta trabalhar com migalhas para manter estudantes no ensino médio enquanto o problema reside na falta de atratividade do que é ensinado e como é ensinado.
A hora é de rever a formação de professores, as metodologias de ensino, a formatação das salas de aula e por aí segue. Exemplos existem e devem ser seguidos; Coreia do Sul, Polônia e Vietnã mudaram o perfil econômico de seus países investindo fortemente na Educação fundamental, além dos exemplos tradicionais de Finlândia, Japão, Cingapura e China. Vamos aprender com quem fez!
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