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Coluna Ozinil Martins | China em busca da liderança mundial!
17 de Abril de 2020

Coluna Ozinil Martins | China em busca da liderança mundial!

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 17 de Abril de 2020 | Atualizado 17 de Abril de 2020

Os dois últimos líderes chineses tiveram missões diferentes à frente do projeto chinês em busca da liderança mundial entre as nações. Primeiro foi Deng Xiaoping que atraiu à China o capital e a tecnologia dos países desenvolvidos que foram fundamentais na transformação do perfil socioeconômico do país. Deng Xiaoping é o autor da famosa frase: “não importa a cor do gato desde que cace o rato”. Frase esta proferida em alusão à guinada chinesa ao capitalismo estatal praticado por lá. 

Em seguida é eleito como líder máximo do partido comunista chinês – Xi Jinping e, ele traz consigo objetivos estabelecidos a partir do envolvimento da China em eventos históricos.

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Tudo começa na humilhação imposta à China pelos ingleses no que se denominou Guerra do Ópio. Durante dezenas de anos, século XIX, a Inglaterra para equilibrar seu déficit comercial com a China (exportava seda, chá e porcelana para a Inglaterra) permitia que mercadores ingleses traficassem o ópio indiano para o império chinês, que era pago em peças de prata. Até o momento em que o imperador, percebendo a perda de valores e a degradação de vida dos chineses além da prata entregue, estabeleceu um rígido combate ao contrabando de ópio, à corrupção praticada pelos funcionários da alfândega e determinou a expropriação de propriedades inglesas na China e a destruição das cargas de ópio apreendidas. 

A Inglaterra envia uma missão à China com o intuito de negociar indenização pelas perdas sofridas e, ao mesmo tempo em que a missão negociava, na corte inglesa tramava-se o bombardeio de instalações militares chinesas estabelecidas na costa chinesa por navios da armada real britânica. Com a missão em negociação a China tem sua frágil frota destruída pela fortíssima armada real da Inglaterra. Com portos destruídos e ameaça de invasão de sua capital, a China capitula e, como consequência cede Hong Kong à coroa britânica (que a devolveu só em 1997) e recebe autonomia para negociar mercadorias em portos da China. Esta humilhação nunca foi esquecida pelos chineses!

Xi Jinping tem uma história com algumas passagens semelhantes. Filho de família conceituada, seu pai era influente funcionário do governo e atuava próximo de Mao Tse Tung – O Grande Timoneiro, até cair em desgraça durante a Revolução Cultural. Afastado do poder, seu filho – Xi Jinping – é enviado, como castigo, para trabalhar nas vilas agrícolas da China e sofre forte influência dos partidários da Revolução Cultural, que o expõem a humilhações permanentes. 
Após seu exílio constrói uma forte escalada no Partido Comunista Chinês até alcançar, em 15.03.2013, a liderança do partido e o comando do país. Em suas falas fica claro sua determinação em não permitir mais humilhações à China como as impostas pelos ingleses e pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial e no reerguimento do Grande império chinês anterior a Guerra do Ópio. 

A determinação do atual líder chinês é demonstrada através da compra de empresas pelo mundo, do apoio financeiro a países menos expressivos no cenário mundial (sua atuação mais expressiva é na África, continente de terras férteis que carecem de tecnologia. A produção agrícola de Moçambique de arroz vai para a China. A gestão e os operadores são chineses; a mão-de-obra local é braçal), de seus investimentos em tecnologia espacial e da grande fábrica em que se transformou o país. Para ter uma ideia de sua força industrial 94% dos produtos médicos que o mundo precisa para combater a pandemia são fabricados na China. Acima de tudo a se ressaltar a lealdade do povo ao projeto de poder em andamento. 

“Quando os nossos milhares de estudantes no estrangeiro voltarem para casa, você vai ver como a China vai se transformar.” Deng Xiaoping. A profecia está se confirmando.

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