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Coluna Nerd News | Os filmes de super-heróis vão acabar?
23 de Setembro de 2016

Coluna Nerd News | Os filmes de super-heróis vão acabar?

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Os geeks estão revoltados, em parte, com uma declaração nada amistosa do diretor Steven Spielberg. Isso porque o cineasta foi muito honesto quando perguntado sobre a indústria cinematográfica e o futuro dos filmes baseados em quadrinhos nas telonas. “Nós estávamos lá quando os filmes de faroeste morreram e chegará um tempo em que os filmes de super-heróis seguirão pelo mesmo caminho que dos filmes de faroeste”, afirmou à Associated Press em meio a uma entrevista para promover o longa-metragem Ponte dos Espiões. Mas então surge o debate: estaria Spielberg com dor de cotovelo pelo sucesso do gênero ou apenas coberto de razão?

Vamos então deixar nossa birra de lado, dispensar todo o amor pelos filmes baseados em quadrinhos e, aí sim, começar a pensar com a razão. Eu sei que não é fácil, mas você consegue. Ok, vamos lá! S… Sp… Spi… Spielberg não deixa de ter razão. Pronto falei. A indústria cinematográfica de Hollywood, sobretudo, já se demonstrou cíclica e adepta de tendências ao longo da história. O próprio exemplo mencionado pelo cineasta, os filmes de faroeste, já tiveram seu momento. Surgiu, popularizou e caiu em esquecimento. Ficaram clássicos como “Por um punhado de dólares” (1964), “Por uns dólares a mais” (1965) e “O Bom, o Mau e o Feio” (1966), além do ícone de western chamado Clint Eastwood.

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Contudo, o próprio Spielberg conta que, por se tratar de algo cíclico, a tendências não morrem, elas apenas hibernam. O que permite que, anos depois, determinado gênero possa voltar às telonas e trazer muito dinheiro para o caixa dos estúdios. Então pode ficar calmo que, caso os heróis e vilões baseados em quadrinhos realmente venham a desaparecer dos cinemas, você pode manter a esperança que assim como um zumbi (sim, péssimo exemplo) eles retornarão.

Mas deixa eu te perguntar: e se a moda dos filmes de super-heróis não passar? E se Steven Spielberg estiver errado – mesmo sendo o produtor que aceitou o projeto de “De Volta Para o Futuro”? Isso não deixa de ser uma possibilidade. Apenas para contextualizar, o hype tomou conta dos fãs em 2008, com o lançamento de Homem de Ferro, filme da Marvel Studios que consolidou o Universo Cinematográfico da Marvel e que fez a concorrência se mexer. Desde então, o UCM lançou mais de 12 longas bilionários que fizeram da franquia a mais lucrativa de todos os tempos. Ao mesmo tempo, a 20th Century Fox aperfeiçoou sua gama de filmes inspirados em quadrinhos, principalmente relacionados aos mutantes dos X-Men, lançando derivados como Deadpool que registraram recordes positivos para o estúdio. Por fim, a Warner Bros também entrou na disputa e, com os direitos cinematográficos dos personagens da DC Comics, já lançou três filmes desde 2013 e conta com uma agenda de pelo menos dois lançamentos por ano até 2020.

E agora vem a verdadeira defesa para os filmes de super-heróis. A grande chance do gênero não ser esquecido e cair em desuso são os inúmeros subgêneros que já estão sendo planejados e produzidos. Você não pode afirmar, por exemplo, que “Deadpool” e “Batman vs Superman” são filmes do mesmo gênero ou nem ao menos parecidos. Na verdade, os dois não tem nada a ver. Assim como “Homem-Formiga”, que mescla humor e assalto, com “X-Men: Apocalypse”, um supergrupo que busca salvar a Terra das mãos de um semi-Deus que acha que precisa realizar um grande reboot na vida. Nenhuma comparação.

Sendo assim, esqueçam martelos mágicos que controlam os raios, esqueçam a visão de calor que pode desintegrar até mesmo o mais poderoso dos vilões e esqueçam uma caverna que fica abaixo de uma mansão com todos os equipamentos de luta que apenas o dinheiro de um multibilionário pode comprar. O super-poder que pode salvar os filmes de super-heróis é a criatividade dos produtores na criação de tramas e criação de subgêneros.

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