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Coluna Nerd News | Lições do Pantera Negra que valem até para as marcas
19 de Março de 2018

Coluna Nerd News | Lições do Pantera Negra que valem até para as marcas

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Não é preciso ser o maior conhecedor do universo nerd para perceber que Pantera Negra tem abalado algumas estruturas por aí. Já estávamos acostumados a ver na telona aquele inevitável rastro de destruição após as batalhas contra os vilões, mas o novo filme da Marvel Studios tem mostrado que, mais do que paredes ou construções, super-heróis têm o poder de quebrar paradigmas.

Pantera Negra é inovador em diversos aspectos, inclusive em relação à própria Marvel. Por muitos anos, o estúdio se limitou a uma única fórmula ― que vinha dando certo, temos que admitir. Mas os caras sacaram que o comodismo de não mexer em time que está ganhando podia afastá-los de uma vitória ainda maior. Decidiram então ousar no roteiro e surpreender na abordagem de temas mais complexos, que vão além da trama principal. Acabaram atraindo aos cinemas não apenas os fãs, mas até aqueles que dificilmente abririam a carteira para ver o desenrolar da trama de um super-herói.

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Não é à toa que este movimento ocorre agora. Em Hollywood, a discussão sobre a representatividade dos diversos grupos sociais no cinema está mais evidente que a rivalidade entre o Homem-Aranha e o Duende Verde. Um exemplo claro e recente é o discurso de Frances McDormand no Oscar 2018, em que a vencedora da estatueta de melhor atriz emocionou ao convocar as mulheres presentes na cerimônia a se levantarem e mostrarem, com um simples gesto, que são tão fortes neste universo quanto os heróis na luta contra o mal.

E o que é que isso tem a ver com o Pantera Negra? Ao seu modo, o filme também faz ecoar um grito de guerra de grupos que, por tanto tempo, tiveram de se calar. As próprias mulheres aparecem muito bem representadas na produção, tanto naquele incrível exército, majoritariamente feminino, quanto por personagens como Shuri, que comanda toda a tecnologia de Wakanda com uma inteligência capaz de causar inveja ao Tony Stark.

Mas tem outro aspecto importante, que alimenta discussões em todo o mundo. Pantera Negra é o primeiro protagonista negro em um filme do MCU ― e está longe de ser o único personagem da produção a colocar em xeque o padrão ostentado ao longo de décadas pelos blockbusters. O elenco, quase todo formado por negros, provoca até mesmo o espectador mais desligado a subverter a lógica do racismo e, como por força de um superpoder, o teletransporta para o lugar do outro. Tudo isso de uma forma muito natural e, portanto, extremamente inteligente.

O que o time da Marvel faz em Pantera Negra diz muito não só sobre o que a indústria quer mostrar, mas principalmente sobre o público quer ver. Aliás, sobre um público que quer se ver. Negro, branco ou de qualquer outra cor. Mulher, homem ou da denominação de gênero que preferir. Pobre, rico, com o que tiver no bolso ou com o que carregar na alma, porque ainda tem isso: o filme faz a gente pensar sobre como a geração de riqueza muitas vezes se opõe à coletividade.

No fim das contas, Pantera Negra segue no embalo de um movimento que aponta para menos egoísmo e mais inclusão. Produções como esta mostram que o universo fantástico dos super-heróis podem traduzir muito bem realidades que nem sempre queremos enxergar ― e olha que nem é preciso ter superpoderes para ver… A inteligência, habilidade essencial às pessoas (e até às marcas, por que não?), está disponível para todos. É só exercitar o cérebro.

Aproveito o espaço no Acontecendo Aqui para avisar que também estamos de volta no YouTube com vídeos semanais. E, agora, foco total em “Vingadores: Guerra Infinita”, a mais nova promessa da Marvel depois de Pantera Negra. Dá uma olhada no novo trailer com minha reação e primeiras impressões.

 

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