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Coluna Ligia Fascioni | Como um banco alemão se transformou numa galeria de street art
07 de Abril de 2017

Coluna Ligia Fascioni | Como um banco alemão se transformou numa galeria de street art

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Uma cidade lotada de artistas e mentes criativas, só pode dar coisa boa como resultado. Pois olha só que ideia genial: um coletivo de street art aqui de Berlin chamado Die Dixons ficou sabendo que um antigo prédio do Berliner Volksbank iria ser demolido para a construção de um condomínio residencial e propôs o seguinte para os empreendedores da obra: por que não pegar o prédio vazio, antes da demolição, e preenchê-lo todo com arte? Street art é isso mesmo: a arte fugaz, temporária, não duradoura. E o que pode ser  mais perfeito do que um prédio com os dias contados para servir de local para uma grande exposição? O que pode ser melhor do que uma antiga filial bancária se transformar em galeria de arte?

 

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O governo apoiou, empreendedores próximos, como o hotel Berlin Berlin também entrou na brincadeira e a construtora adorou a ideia de ser identificada com um projeto tão vanguardista: assim nasceu a The Haus**

 

O resultado é que 165 artistas fizeram a festa nas 108 salas distribuídas em 5 andares. Nada escapou impune: banheiros, corredores, elevadores, portas, tudo foi grafitado.

 

Inaugurada em primeiro de abril, a instalação fica apenas até dia 30 de maio. A entrada é gratuita e as filas são gigantescas (tentei duas vezes e só entrei na terceira, depois de uma hora de espera). É possível fazer visitas guiadas pelos próprios artistas (aliás, a coisa lá é organizadíssima), mas as reservas também já estavam esgotadas. Na saída, você pode doar o quanto quiser e ainda tem um livro sobre a exposição para vender por €30.

 

Quando a gente está na fila, sempre tem alguém (geralmente um dos artistas do projeto) informando sobre o tempo estimado de espera e pedindo compreensão. Como é expressamente proibido fotografar (o que achei ótimo, pois, ultimamente, é quase impossível apreciar as obras em um museu sem que tenha alguém tirando uma selfie na frente das obras), a gente ganha um saquinho plástico com fechamento de cola para guardar o celular. As pessoas que saem vão tecendo comentários elogiosos e dando força para os que estão na fila aguardarem, pois vale a pena.

 

E como vale! É como entrar num universo paralelo. Além dos grafites convencionais, há instalações de arte contemporânea (umas muito instigantes e sensacionais; outras incompreensíveis para mim, como sempre) e surpresas em todos os cantos. Quando eu fui, tinha uma turma de adolescentes visitando o local com a escola (acho isso tão lindo, de levar as crianças nos museus!).

 

Por motivos óbvios, não posso postar fotos aqui, exceto da fachada do prédio, mas a fan page do projeto está cheia de fotos, além desse artigo da Deutsche Welle, muito bem escrito, de onde tirei boa parte das informações.

 

Se você estiver em Berlim até o final de maio, não perca essa oportunidade.

 

Tomara que esse projeto seja muito copiado e vire moda. Todo mundo vai adorar!!!

——

** Haus é casa em alemão e o uso do artigo The em inglês, mostra a multiculturalidade do conceito.

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