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Coluna Inovação | Venda de startups locais, como a Hiper, vai estimular mais investimentos em novas empresas?
04 de Abril de 2019

Coluna Inovação | Venda de startups locais, como a Hiper, vai estimular mais investimentos em novas empresas?

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 04 de Abril de 2019 | Atualizado 04 de Abril de 2019

Imagem: Doug Thompson/Shutterstock

 

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A startup mais importante da cidade de Brusque, no Vale do Itajaí, ganhou notoriedade no noticiário econômico brasileiro nesta semana após a notícia, também publicada pelo Acontecendo Aqui, de sua venda para a Linx S.A., líder nacional em softwares de gestão para o varejo.

De acordo com a nota oficial divulgada pela compradora, o valor do negócio pode chegar a até R$ 50 milhões nos próximos dois anos, dependendo de metas financeiras e operacionais pré-estabelecidas no acordo. De cara, os sócios da Hiper embolsarão R$ 17,7 milhões, com possibilidade de receber até outros R$ 32,3 milhões até 2021.

A startup brusquense se tornou uma referência no pequeno varejo brasileiro, com mais de 15 mil clientes em duas mil cidades do país. Nas contas do CEO e cofundador Thiago Vailati, a meta é bater 20 mil clientes neste ano. Um resultado formidável para três jovens que trabalhavam juntos no departamento de TI da Havan e decidiram empreender com o propósito de resolver problemas dos micro e pequenos empresários do varejo. Justamente o público que interessou a Linx e motivou a compra.

Mas a questão que levanto aqui é a seguinte: será que negócios como esse vão estimular a entrada de mais capital no mercado de startups de Santa Catarina? É senso comum entre quem atua nessa seara de que “não falta dinheiro” para investimento, mas que diversos fatores impedem que mais grana irrigue novos projetos de tecnologia. A tradição do brasileiro ser conservador em seus investimentos (um imóvel ou um fundo DI é muito mais seguro afinal do que investir alguns milhares de reais em uma empresa iniciante), a complexidade tributária do país, as eternas ondas de crise no mercado, a Bolsa batendo recordes em volume negociado, a entrada mais agressiva dos fundos de investimento pessoal (como aquele da Bettina)… tudo isso conta.

Mas há algo que especialistas e profissionais mais tarimbados também concordam: é preciso educar, dar subsídios e apoio para que novos investidores, interessados mas com o pé atrás com medo de perder dinheiro, coloquem mais fichas em startups. “Faltam investidores anjo com experiência para ampliar recursos a este mercado”, me disse Marcelo Cazado, líder da RIA SC, a Rede de Investidores Anjo montada pela Acate e a Anjos do Brasil em 2016 e que reúne mais de 40 pessoas, que se cotizam e aportam valores entre R$ 200 mil e R$ 300 mil (às vezes mais) em jovens empresas com alto potencial de crescimento.

O que encanta o investidor, obviamente, é a possibilidade de retorno de sua grana e para isso acontecer alguém terá que comprar aquela empresa na qual ele apostou. A Hiper, certamente, deu um belo retorno (não divulgado) a seus primeiros investidores, os fundos CVentures Primus (com sede em Florianópolis) e M3 Investimentos, criado por Marcel Malczewski, fundador da paranaense Bematech.

O mercado de aquisições começou a engrenar em Santa Catarina nas últimas semanas, com o anúncio da compra da Total Voice, de Palhoça, pela gaúcha Zenvia, sem valores divulgados. Um motivo especial de celebração para os investidores anjo da Total Voice e para o fundo Bossa Nova, liderado por João Kepler.

A Linx S.A. é um bom exemplo para estimular os candidatos a investidores aqui em Santa Catarina. Nos últimos anos, a empresa já levou diversos negócios locais, de companhias mais antigas (como Ionics, de Floripa, e LNZ, de Blumenau) a startups como a Chaordic e agora a Hiper. Pelo histórico dos negócios, tudo indica que a Linx deve se manter firme de olho no mercado barriga-verde de inovações para seu core business, o varejo.
 

Eventos aproximam capital e empreendedores nas próximas semanas

O assunto não é quente apenas pelas novidades do mercado. Alguns eventos em Florianópolis nas próximas semanas vão tratar justamente da questão de unir e capacitar empreendedores e investidores. No dia 10 de abril, a ACATE promove o Pitch Day, junto com três fundos de investimento (Bzplan, Triaxis e Inseed), no qual 15 startups pré-selecionadas, e com faturamento superior a R$ 1 milhão/ano, vão apresentar suas soluções aos representantes destes fundos.

E no dia 17 de abril, o StartupSC, iniciativa do Sebrae/SC, lança o programa gratuito “Capital Empreendedor”, que prevê uma série de capacitações para empreendedores de startups e conta com a participação de investidores-anjo, aceleradoras, plataformas de equity crowdfunding, fundos de investimento e empresas investidas.

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