Há algumas semanas, escrevi aqui na coluna Inovação um manifesto pessoal sobre a necessidade de se criar um match (sim, aquele que é o termo mais importante do Tinder) entre profissionais da área de Comunicação e as empresas e projetos que representam a chamada Economia Criativa.
Esse match se torna cada vez mais urgente pela ascensão da Economia Criativa como um negócio com a cara dos novos tempos (embora não seja absolutamente nada novo) e pela necessidade dos profissionais de Comunicação – jornalistas, publicitários, designers etc. – se reinventarem com o fim do emprego-como-o-conhecemos.
Aí entram as habilidades que nunca nos ensinaram de fato em faculdades ou redações e agências: capacidade de criar projetos próprios e viabilizá-los (em português, empreendedorismo) e também de nos conectarmos com outros colegas com perspectivas e ideais semelhantes, que possam dar vida a algo novo a partir da soma dos conhecimentos e técnicas.
Florianópolis hoje tem um cenário bem promissor nesse sentido:
Desde o ano passado, a cidade criou uma Rede de Centros de Inovação, credenciados pela prefeitura e gerenciados pela Associação Catarinense de Tecnologia, que inclui espaços no continente, Centro, SC-401 e Norte da Ilha que funcionam como hubs de novos negócios e conexão entre empreendedores para criação de novos projetos. O conceito ganhou vida a partir da ocupação do CIA Primavera e acabou sendo replicado em outras regiões da cidade. Em agosto, por exemplo, será inaugurado mais um Centro de Inovação na vizinha São José.
Esses ambientes não unem apenas empresas de base tecnológica, mas também negócios na área de serviços (agências de comunicação, propaganda, RP, marketing, coworkings, estúdios de design e criação etc.) que, naturalmente, fazem seu match pelos corredores. E quanto mais matches geram reuniões informais sobre possíveis projetos, mais oportunidades de negócios vão surgindo no horizonte.
O difícil, pra quem tem vontade de participar e criar algo, é saber por onde começar. Essa foi a “dor” que levou a Associação Catarinense de Imprensa, a mais nova participante do Arranjo Promotor de Inovação (API) de Economia Criativa e Turismo de Florianópolis, a organizar um evento na próxima terça-feira (16.07), na Capital, sobre “Os desafios de empreender na Economia Criativa”.
Será um bate-papo unindo três pontas importantes deste segmento: Marcelo Bohrer, responsável pelas conexões do Floripa Conecta, iniciativa que vai concentrar dezenas de eventos de inovação/tecnologia/criatividade na Ilha durante 09 e 18 de agosto; Thais Strassmann Nahas, da Rede de Inovação de Florianópolis; e a professora Maria Cristina Zambon, especialista em Empreendedorismo e coordenadora do curso de Administração da Faculdade Cesusc.
O evento começa às 19h e as inscrições, gratuitas, podem ser feitas neste link: https://www.sympla.com.br/o-desafio-de-empreender-na-economia-criativa__578614
Falando em Economia Criativa…
O Cocreation Lab, pré-incubadora sediada em Florianópolis e com unidades em Caçador, Criciúma e São José, bateu recorde de inscrições neste primeiro semestre. Foram mais de 130 projetos encaminhados para seleção, que dará aos vencedores cinco meses de mentorias, palestras, oficinas, workshops e consultorias presenciais. Na Capital, o CoCreation Lab tem como foco projetos na área de Economia Criativa, Gastronomia e Turismo, por exemplo.
Um agosto quente em eventos
A menos de um mês da abertura oficial do Floripa Conecta, novos eventos vão se somando ao calendário do “SXSW manezinho”. No Centro, destaque para a Semana Balaclava em diversas ruas da área histórica, a Orquestra de Baterias na Passarela Nego Quirido e o evento voltado ao varejo Inova+Ação, da CDL Florianópolis. No Norte da Ilha, o bicho pega com o Stun Festival, para os fissurados em games, no Music Park Jurerê; o Innovation Summit e o Startup Summit, maiores eventos sobre empreendedorismo inovador, pesquisa e desenvolvimento do país neste ano, que acontecem no Centro de Eventos de Canasvieiras.
Mesmo com a costumeira friaca de agosto, será um mês dos mais quentes na Capital.