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Coluna Inovação | Se Santa Catarina fosse um país, poderia ter em Portugal um “estado-gêmeo” para desenvolver o empreendedorismo tecnológico
27 de Setembro de 2018

Coluna Inovação | Se Santa Catarina fosse um país, poderia ter em Portugal um “estado-gêmeo” para desenvolver o empreendedorismo tecnológico

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 27 de Setembro de 2018 | Atualizado 27 de Setembro de 2018

Em Portugal, não faltam argumentos para atrair empreendedores e investidores interessados no mercado de tecnologia europeu: o clima é agradável, a infraestrutura de conectividade é exemplar, os aspectos culturais, históricos e enogastronômicos impressionam e há muito incentivo público para que estrangeiros pousem seus euros e suas empresas por lá.

Alguns destes argumentos também são usados aos borbortões pelos catarinenses que recebem missões empresariais de outros países: cidades com natureza exuberante, nível de educação e desenvolvimento econômico superior à média nacional, há uma certa articulação entre setores público e privado etc.

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Nesta semana, esses dois mundos se encontraram. Ao longo de dois dias, uma comitiva com empreendedores e representantes de entidades como o Startup Portugal visitou algumas das principais entidades e empresas de tecnologia de Florianópolis e, mesmo que ainda não tenha dado um match nos negócios, rolou uma empatia evidente nas conversas. Afinal, os portugueses buscam um mercado maior que entenda sua língua e os catarinenses estão de olho em um acesso estratégico ao mercado europeu – como fizeram recentemente a Neoway e a Resultados Digitais.

Se Santa Catarina fosse um país, com maior liberdade para negociar acordos bilaterais, certamente teria em Portugal um “estado-gêmeo” para desenvolver o mercado de tecnologia e inovação. “Já sabíamos de muita coisa que está acontecendo em Santa Catarina e tínhamos que vir – nossa função é ajudar também as startups portuguesas interessadas no mercado brasileiro”, conta Maria Miguel Ferreira, diretora do Startup Portugal, iniciativa lançada em 2016 pelo governo local para criar e apoiar o ecossistema nacional, atrair investidores nacionais e estrangeiros e acelerar o crescimento das startups locais nos mercados externos.

Até o momento, tem sido uma política pública certeira: Portugal conta com uma rede de 150 incubadoras e aceleradoras e um universo de mais de 3 mil startups em um país de pouco mais de 10 milhões de habitantes (população equivalente ao estado do Paraná). Em novembro, Lisboa espera mais de 80 mil pessoas para mais uma edição do Web Summit (foto acima), um dos maiores eventos de tecnologia do mundo.

Alex Lima, CEO da Glóbulo, empresa que atua com o desenvolvimento de marcas e programas de economia criativa, abriu o caminho para essa missão ao visitar o ecossistema luso no início do ano, quando apresentou Santa Catarina e convidou os líderes locais a virem ao sul do Brasil. São dois ambientes de inovação relativamente jovens, promissores e com vários pontos de similaridade. “É uma rede que começamos a criar agora e esperamos que gere frutos”, resume Alex.
 

Inteligência artificial na saúde

Exames que nunca são buscados, consultas que não são eficazes por não serem na especialidade correta, entre outras situações do tipo, acabam gerando um desperdício entre 20% e 30% nos gastos com saúde no mundo, de acordo com dados da Associação Médica Americana e o Instituto de Estudos de Saúde Complementar.

Uma alternativa para reduzir essa dinheirama que vai pro ralo? Inteligência artificial. De acordo com a previsão da Accenture Analysis, o mercado de inteligência artificial na saúde deve ultrapassar os US$ 6,6 bilhões em investimentos no ano de 2020 – em 2014, este total era de US$ 600 milhões. O mercado de healthtech é a nova “vertical” de desenvolvimento da Softplan, empresa de Florianópolis que se consolidou ao longo de 26 anos com soluções voltadas para gestão pública, construção civil e justiça.

Nesta semana, será apresentado para a comunidade médica nacional o software Dictas, que utiliza inteligência artificial para otimizar os custos das operadoras de saúde e aumentar a eficácia dos serviços, ampliando os benefícios aos seus assistidos. O lançamento acontece durante a Convenção Nacional da Unimed, em Porto de Galinhas (PE). O Dictas, que faz um mapeamento dessas informações e recomenda ações de gestão, já está em utilização pela cooperativa em Florianópolis e Caçador.

Não é o único sistema de saúde desenvolvido pela Softplan: agora em setembro, a empresa anunciou o investimento (via corporate venturing) no Hubmedi.co, um marketplace de radiologia que conecta clínicas e hospitais a uma rede de radiologistas, proporcionando eficiência operacional e qualidade diagnóstica.
 

Sinapse da Inovação recebe prêmio em Brasília

O programa Sinapse da Inovação, da Fundação CERTI, foi reconhecido em premiação sobre ética e transparência entre o poder público e privado, realizada pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG), em Brasília. O Sinapse, que já ajudou a desenvolver mais de 400 projetos de inovação e tecnologia em Santa Catarina, ficou em primeiro lugar na categoria “Relações Institucionais e Governamentais em Organizações Privadas” e o prêmio foi recebido pelo diretor do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicações (CTIC) da CERTI, Luciano Benvenuti Roncalio.

Além de Santa Catarina, o Sinapse opera também no Amazonas e no Espírito Santo, e conta com apoio do Sebrae e das respectivas fundações estaduais de amparo à pesquisa – Fapesc, Fapeam e Fapes.

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