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Coluna Inovação | A busca pela criatividade no desenvolvimento das cidades
21 de Março de 2019

Coluna Inovação | A busca pela criatividade no desenvolvimento das cidades

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 21 de Março de 2019 | Atualizado 21 de Março de 2019

Foto: Smithsonian Mag
 

“O diferente é o novo ouro”, costuma dizer Alex Lima, fundador e CEO da Glóbulo e agitador do mercado de branding e tecnologia em Santa Catarina. Ele se refere à iminente “transformação criativa” que, segundo ele, poucos ainda percebem porque ainda estamos mais preocupados com a “transformação digital”. Justificável, já que, de fato, a digitalização de tudo tem nocauteado uma série de negócios – da comunicação à construção civil, o varejo e trocentos outros.

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A busca por esse diferente, pelo desenvolvimento de sociedades que incentivem a criatividade como fator social-cultural-econômico é o que justifica movimentos e eventos como o Smart City Expo, que acontece nesta semana na vizinha Curitiba, e a segunda edição do Ecriativa, marcado para os dias 27, 28 e 29 de março, em Florianópolis. O evento reunirá as oito cidades que fazem parte da rede brasileira de Cidades Criativas da Unesco: Florianópolis, Belém e Paraty (cidades criativas no segmento gastronômico); Brasília e Curitiba (design); João Pessoa (artesanato); Salvador (música); e Santos (cinema). A rede foi criada em 2004, com o objetivo de promover a cooperação internacional entre as cidades que têm a criatividade como estratégia para alcance dos objetivos sustentáveis da ONU.

O encontro, que acontece no Sesc Cacupé, abre com um painel sobre Políticas Públicas voltadas à Economia Criativa, seguido pela apresentação dos planos de ação das cidades brasileiras que integram a rede da Unesco. Na programação, estão previstas visitas a fazendas de Ostras (já que a capital catarinense foi incluída pelo fator gastronômico), o Living Lab – incubadora de projetos de inovação para cidades inteligentes – entre outras atividades. O evento é realizado pela Prefeitura de Florianópolis e pela Associação FloripAmanhã, em parceria com a Fecomércio, Sesc e Senac, com apoio de diversas entidades com atuação na Capital.

 

Vai ou racha

2019 será um ano decisivo para que esses projetos de Economia Criativa decolem em Florianópolis. O epicentro será no Floripa Conecta, que vai concentrar uma série de eventos de tecnologia – como o Innovation Summit e o Startup Summit – com outras iniciativas ligadas a música, artes e cultura em geral. O pool de entidades que está à frente do movimento – da prefeitura à ACIF, Acate, Sebrae, Certi e outros – espera uma participação de 60 mil a 70 mil pessoas na cidade entre os dias 9 e 18 de agosto, o que representa quase 15% do total da população da Capital.

O sucesso dessas iniciativas vai depender da vontade de abraçar ideias fora da casinha (sim, você leu certo, não escrevi “fora da caixa”), que gerem impacto e tragam resultados à cidade. Austin, capital do South By Southwest (SXSW) – evento que inspirou diretamente o Floripa Conecta – vira uma doideira, um festival de excentricidades nos dias de seu maior evento (sugiro essa leitura aqui a quem se interessar) e isso é definitivamente um indicador de sucesso para a cidade.

Potencial aqui na região há. Como argumenta Alex Lima, “temos muito talento reprimido na cidade, porque há uma tendência de fazer as coisas da mesma maneira. Não vou mudar o setor do turismo se eu continuar direcionando o dinheiro para as mesmas coisas feitas há 10 anos. Como é que eu vou ter um resultado diferente? Pensando diferente, com ideias transversais. É legal levantar a bandeira de “cidade criativa”, mas tem que deixar do discurso pra prática, quebrar o mindset em definitivo, parar de replicar o de sempre, muita coisa tem que ser repensada”.

Repensemos, pois!

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