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Coluna Inovação | Alô turma da economia criativa em SC: o “SXSW brasileiro” já existe, acontece no Sul de Minas e não teremos ninguém lá
03 de Agosto de 2018

Coluna Inovação | Alô turma da economia criativa em SC: o “SXSW brasileiro” já existe, acontece no Sul de Minas e não teremos ninguém lá

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 03 de Agosto de 2018 | Atualizado 03 de Agosto de 2018

Enquanto há uma fila de regiões candidatas a “Vale do Silício” no Brasil (tratei disso recentemente aqui), começam a pipocar também pelo país uma série de eventos de economia criativa querendo ser a versão local do “South By Southwest”, festival criado em 1987 em Austin (Texas) e hoje a Meca do trinômio inovação+cultura+tecnologia.

Como referência daquilo que pretende ser, são comparações válidas. Mas falando sério, nenhuma região do mundo além do Vale do Silício terá o peso (sequer proporcional) do conglomerado de cidades e das gigantes de tecnologia do Norte da Califórnia, tampouco outro festival de cultura e inovação vá chegar perto do que acontece no SXSW.

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Mas fora a comparação impossível, o que vale é a iniciativa de desenvolver novas empresas, ideias, culturas e comunidades que façam sentido para aquilo que vivemos no século XXI. Por isso, o fato de surgirem cada vez mais “Vales de alguma coisa” e “SXSWs brasileiros” representa uma inquietude em comunidades empreendedoras, dispostas a serem reconhecidas fora de suas fronteiras.

Aí eu chego ao ponto central desse artigo: a existência, pouco notada aqui em Santa Catarina, de um festival com esse propósito de unir tecnologia+inovação+criatividade numa pequena cidade ao Sul de Minas Gerais. Falo do HackTown, que acontece anualmente em Santa Rita do Sapucaí, município de 42 mil habitantes que é chamado de “Vale da Eletrônica” do país.

Sede do Instituto Nacional de Telecomunicações, de uma escola técnica de eletrônica e de um Centro de Ensino Superior de Gestão, Tecnologia e Educação, a cidade tornou-se um polo nacional, com mais de 160 empresas de TI instaladas. É nesse ambiente que o HackTown 2018 oferece, durante quatro dias, uma extensa programação que inclui mais de 300 palestras, shows e workshops rolando simultaneamente para um público esperado de 4 mil pessoas.

Entre os convidados, gente como Jeff Burton, cofundador da Electronic Arts (emrpesa de games responsável pelo Fifa Soccer e The Sims), João Paulo Sette, criador do primeiro streaming de quadrinhos do Brasil, Peter Kronstrom, diretor do Copenhagen Institute for Future Studies Latin America e Pena Schmidt, um egresso do curso de eletrônico da cidade e que se tornou executivo/produtor musical responsável por lançar bandas como Titãs, Ira! e Ultraje, entre outros. Sem falar nas dezenas de outros empreendedores, desenvolvedores, profissionais de branding, comunicação, design, além de representantes do bicho-grilismo contemporâneo.

Um perfil de evento que caberia muito bem em qualquer região catarinense que vem se destacando pelo crescimento de startups, centros de inovação e negócios empreendedores. Só que Santa Catarina, mesmo sendo proporcionalmente o maior polo de tecnologia do país, com várias iniciativas bacanas em áreas afins, está praticamente ausente deste festival.

Um dos fundadores do HackTown, Ralph Peticov, faz parte da programação do ExpoInovação, evento que acontece entre os dias 14 e 16 de agosto, em Joinville. Na noite de encerramento, ele vai falar no Teatro Juarez Machado sobre como unir arte, tecnologia, música, educação e empreendedorismo num único festivale em uma cidade do interior. É difícil? Talvez não tanto quanto tentar ser o próximo Vale do Silício.

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