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Coluna Fabrício Wolff | Vida longa aos memes
02 de Abril de 2020

Coluna Fabrício Wolff | Vida longa aos memes

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Por Fabrício Wolff 02 de Abril de 2020 | Atualizado 02 de Abril de 2020

A capacidade de comunicação debochada, irônica e descontraída do brasileiro impressiona. O povo brasileiro faz piada de tudo, brinca com tudo, ri da própria desgraça. Se isto já é uma característica de nossa gente, fica comprovado, em tempos de redes sociais, na quantidade de “memes” (termo grego que significa “imitação”, mas que no Brasil viralizou como “gozação” – seja ela pejorativa ou não) produzidos e espalhados pelos internautas. Não há momento ruim que não vire piada; não há fato que não arranque uma gargalhada. Alguns mais espirituosos, outros mais críticos; alguns mais simples, outros com uma pitada de “maldade”, a verdade é que os “memes” ganharam a preferência do brasileiro nesses tempos de rápida comunicação on line.

No século passado, desenhistas profissionais (melhores ou piores) utilizavam as charges para brincar ou criticar um fato, dar uma visão diferente de uma situação. Com o advento das redes sociais, esta autoria foi democratizada. Quase todo mundo e qualquer um faz um “meme” sobre todo e qualquer assunto, seja ele bom ou ruim, alegre ou triste, naturalmente engraçado ou não. Caiu na rede, é peixe. Um “meme” sequer necessita sofisticação, apenas uma boa “sacada”.Em tempos de Coronavírus, são infindáveis os chistes sobre o tema que domina o país e o mundo. Se esses “memes” já são produzidos aos milhares em tempos normais, imagina com tanta gente criativa com todo o tempo ocioso, em casa…

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Isto demonstra a criatividade do brasileiro. Mais: demonstra a alegria de um povo que prefere tirar uma onda dos momentos ruins do que simplesmente viver o dia a dia da desgraça. Mostra todo o espírito leve, gingado e espirituoso da nossa gente. Neste momento de isolamento por decreto, de medo provocado pelo bombardeio em tom alarmista de parte da mídia e também de alguns, nas redes sociais, de tristeza por não poder fazer o que é mais natural ao brasileiro (que é se relacionar com os outros), e da triste divisão do país entre dois lados extremos, os “memes” trazem aquela alegria que esta situação tenta nos roubar.

Parabéns, brasileiros! Vida longa aos “memes”! Que eles permitam que nossa vida não se torne tão séria, não se torne tão chata. 

 

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