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Coluna Fabricio Wolff | Quando a comunicação comunica
09 de Fevereiro de 2021

Coluna Fabricio Wolff | Quando a comunicação comunica

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Por Fabrício Wolff 09 de Fevereiro de 2021 | Atualizado 09 de Fevereiro de 2021

O título pode parecer óbvio, mas não é. Muitas e muitas vezes o intuito de comunicar algo se perde nas mais possíveis variáveis errantes existentes no caminho entre o emissor e o receptor da mensagem. Na teoria da comunicação, isto pode acontecer de diversas formas: mau uso do canal utilizado, emprego de uma mensagem inapropriada, utilização de código inadequado para compreensão do receptor da mensagem, ou ainda o contexto no qual a mensagem é utilizada.  Na prática cotidiana, é o que mais vemos acontecer. Mal entendidos provocados por ruídos de comunicação oriundos daquelas falhas que a teoria aponta.

Se não é fácil no dia a dia das pessoas, imagine quando uma empresa busca comunicar para convencer seus clientes. Claro que isto exige um entendimento profissional de comunicação. O mesmo acontece com o poder público. Os clientes do poder público são os contribuintes que pagam pelos serviços com os seus impostos. Neste caso, a comunicação torna-se ainda mais difícil porque há um agravante: a percepção de falta de seriedade dos homens públicos por parte de seus “clientes”. Não sem razão, espalhou-se pelo Brasil uma “vacina” anti-político que faz com que o cidadão (também chamado de contribuinte ou, no caso específico em tela, de cliente) desconfie de qualquer ato comunicativo de seus eleitos. E também nesta seara, os bons pagam pelos maus.

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Logo, quando se trata de poder público, não basta fazer o serviço bem feito. Primeiro porque toda decisão pública passa pelo crivo da própria população – e todos sabem como é difícil agradar a todos. Há, sempre, interesses em jogo. Ainda que o eleito esteja agindo corretamente e para o bem geral da grande maioria da população, vai esbarrar no interesse contrário de alguns. Nem que seja a oposição, apenas para marcar o desgaste do político mandatário. Segundo, porque a comunicação precisa fazer parte da estratégia das decisões, de forma a possibilitar o anúncio inteligente, ágil e argumentativo das medidas tomadas.  

Em Florianópolis, por exemplo, o prefeito Gean Loureiro tem se mostrado bastante astuto ao lidar com situações adversas que poderiam macular, de alguma maneira, seu trabalho. Houve episódio de investigação contra sua administração no ano da eleição, onde nada restou comprovado. Em plena reta final da campanha eleitoral, vídeo pessoal foi propositalmente vazado tentando atingir sua honra. Pois o prefeito, em ambas as situações, foi para a mídia rapidamente e colocou a sua versão dos fatos. Acabou reeleito no primeiro turno. É claro que Gean Loureiro construiu, ao longo dos vários anos em que atuou como vereador, deputado e prefeito, uma imagem positiva – e isto também é comunicação.

Agora, quando enfrenta as já conhecidas e recorrentes greves da empresa de limpeza pública, ao invés de ceder às pressões sindicais como fizeram tantos outros prefeitos no passado, sua ação comunica ao contribuinte de Florianópolis que é chegada a hora de dar um basta, de não tornar a cidade refém de chantagens profissionais. O prefeito de Florianópolis toma atitudes corajosas, geralmente rápidas e eivadas de argumentos bem repassados à mídia e aos cidadãos. Acaba por obter o apoio daqueles que pagam os impostos que sustentam a cidade. A comunicação de Gean Loureiro, é um exemplo claro de uma comunicação que comunica. Não à toa, o cacife do político “manézinho” subiu muito de cotação após seu primeiro mandato como prefeito – e, principalmente, após a sua reeleição folgada.
 

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