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Coluna Fabrício Wolff | A propaganda e os canais da ALESC
21 de Janeiro de 2019

Coluna Fabrício Wolff | A propaganda e os canais da ALESC

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Por Fabrício Wolff 21 de Janeiro de 2019 | Atualizado 21 de Janeiro de 2019

Chamou-me atenção um anúncio veiculado em canais de televisão abertos pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina que fala do acompanhamento, por parte da população eleitora-contribuinte, do trabalho dos deputados estaduais. Nela, o ator sugere que não acompanhar aos canais de comunicação da Alesc deixa o cidadão cego, sem enxergar. E, no final, que conectado às redes de informação oficiais da Assembleia, ele enxerga muito melhor.

Considerei uma grande sacada do texto e roteiro do comercial, que faz a conexão do enxergar bem com o fato de estar ligado nos canais da Alesc. Mas como todo bom texto tem uma mensagem nas entrelinhas, o deste comercial é muito inteligente ao deixar comparativos subliminares (ou nem tanto) ao longo do texto. 

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Primeiro sugere que as fake news estão por aí (o que é verdade e, como toda notícia falsa, tende a prejudicar a imagem dos seus alvos – no caso, os políticos). Depois – e aí está a ousadia – sugere que mesmo ao acompanhar as notícias pelas mídias tradicionais e veículos de comunicação (leia-se imprensa), o cidadão pode não estar sendo bem informado. A imagem do comercial, naquele momento, fica fora de foco. Dá nitidamente a entender que se o cidadão quiser conhecer efetivamente o trabalho dos deputados, deve ficar ligado nos canais de comunicação oficiais da Alesc.

Ótima sacada, no aspecto de vender a própria mídia (oficial) e colocar as demais em dúvida. Algum cidadão mais atento poderia dizer que, na mídia oficial, não haverá críticas ao trabalho dos deputados. E estaria correto. Mas a ideia aqui não é fazer uma análise sobre a veracidade do anúncio, mas um breve comentário sobre a criação de um texto e contexto que vende muito bem os canais de comunicação da Alesc e a ideia de que eles são a melhor maneira dos catarinenses acompanharem os trabalhos legislativos.

Afinal, propaganda é arte de criar uma verdade para a venda de uma ideia e não uma ideia criada para a venda de uma verdade. 

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