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Coluna Fabrício Wolff | O difícil encontro de teoria e prática
07 de Maio de 2018

Coluna Fabrício Wolff | O difícil encontro de teoria e prática

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Por Fabrício Wolff 07 de Maio de 2018 | Atualizado 07 de Maio de 2018

No texto da coluna anterior, abordei a importância da atitude como forma de comunicação. Lembrei que um exemplo vale mais do que mil palavras. Ele se alia e reforça a ideia de que a comunicação pela atitude é tão ou mais forte que as maneiras básicas de se comunicar. Afinal, uma pessoa é o que faz, como age, como se comporta, muito mais do que aquilo que diz ou escreve.

Aquele texto, mais do que uma constatação, é um alerta. Um sinal amarelo para cada um de nós que pretende conquistar espaço ou, mais simples, apenas se comunicar de forma que as pessoas vejam em você aquilo que você realmente quer dizer/ser. Depois daquela publicação da quinzena passada, recebi alguns retornos e até pedidos de exemplificação da ideia central do texto.

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Não sou religioso, mas a história diz que posso utilizar como exemplo um profeta das antigas a quem chamaram Jesus Cristo. Mais do que as palavras que dizia, parece-me que sua forma de agir, suas atitudes, seu despojar-se fizeram dele um profeta especial entre tantos milhares da época. Obteve seguidores e sua vida e morte tornaram-no o mais conhecido de todos, um case que é sucesso absoluto há mais de dois mil anos.

Mas não precisamos ficar em exemplos glorificados como este. É preciso buscar, no dia a dia, exemplos cuja ação prática seja equivalente ao discurso teórico. Afinal, a retórica é palavra fácil, enquanto o agir é a prática difícil. Um dos segmentos mais desacreditados da vida nacional, atualmente, é a política. É nela que vemos os discursos antagonizarem com a prática. E é por isso que os políticos, como um todo, estão cada vez mais desacreditados na sociedade brasileira.

Aqui em Blumenau um caso surpreende. Um vereador de primeiro mandato que, pelo menos em alguns aspectos que analisei, busca aliar firmemente teoria e prática. Ricardo Alba, eleito pelo PP e hoje no PSL, surpreendeu com mais de três mil votos na primeira vez que concorreu a um cargo eletivo, em 2016. Assumiu e ao fechar o primeiro ano de mandato, surpreendeu de novo. Gastou apenas 1% do valor mensal destinado aos gabinetes dos vereadores. Anda de carro próprio, utiliza o telefone pessoal, economiza ferrenhamente em materiais de escritório (até os mais simples, como papelaria, por exemplo). Dos R$ 3 mil possíveis, utiliza R$ 30,00 por mês da verba de gabinete. 

Não que o cuidado com o dinheiro público deva ser a única preocupação de um vereador (não é o caso, pois o parlamentar em questão tem projetos como o “Empresa Amiga da Escola”, que já foi copiado por outros sete municípios); nem que este exemplo seja o único aplaudível entre os políticos brasileiros… mas convenhamos que se todos os políticos e integrantes dos poderes da República tivessem um pouco mais de zelo e carinho pelo dinheiro de nossos impostos, já começaríamos a olhar para os homens públicos de outro jeito… E por quê?

Porque é a atitude que mostra quem é quem, separa o joio do trigo e que acaba por merecer o nosso respeito. Discurso é retórica e conseguir fazer o encontro da teoria com a prática é o maior desafio de cada um de nós. Há vantagens fantásticas em consegui-lo: além de mostrar-se ao mundo como uma pessoa de atitude (o que invariavelmente trará respeito e admiração), você diminui a hipocrisia ao seu redor, dorme mais satisfeito com sua atuação como ser humano e diz a todos aquilo que você pensa da maneira em que o “dizer” é mais válido: agindo. Não se engane. Isto tem fantástico impacto (mesmo que pareça invisível) junto aos outros também, que passam a ver a pessoa com atitude como uma pessoa especial, realizadora. Afinal, a atitude comunica.

Para ler todos os artigos de Fabrício Wolff em sua coluna, clique aqui

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