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Coluna Fabricio Wolff | O aspecto social da comunicação
10 de Junho de 2020

Coluna Fabricio Wolff | O aspecto social da comunicação

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Por Fabrício Wolff 10 de Junho de 2020 | Atualizado 10 de Junho de 2020

 

A comunicação tem, em si mesma, um aspecto social. Já disse aqui em posts anteriores que a comunicação só existe, desde a idade da pedra, pela necessidade do ser humano de viver em sociedade. Se nos idos tempos dos homens mais peludos, cabelos desgrenhados e nenhuma cordialidade no trato com o outro, o homo erectus já viu a necessidade de viver em sociedade (viveram entre 1,8 milhão a 200 mil anos atrás), imagine agora. Eles foram os primeiros a fabricar ferramentas de caça, a utilizar o fogo e a iniciar uma migração do continente de origem (África) para outros lugares. Estudos apontam que a comunicação verbal é a responsável pela sociabilidade e pela proeminência do homem sobre as demais espécies.

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Não seria errado dizer que quando começaram a se comunicar, os primeiros seres humanos já estabeleciam as principais características necessárias à comunicação: a de que qualquer discurso produzido por um emissor tem em vista um receptor desejado ou definido, de modo que a mensagem possa se construir com base no contexto deste receptor, nos conhecimentos que este tem do código e na relação interpessoal entre eles. Se naquele momento da história, muito provavelmente os humanos tiveram que começar a se entender para garantir a própria sobrevivência, é de se esperar que passados mais de 1 milhão de anos tenhamos evoluído a ponto de compreender que o processo comunicativo é muito mais do que estabelecer uma maneira comum de lutar pela sobrevivência.

Dos erectus a evolução desembocou no sapiens (surgiram há 350 mil anos, mas adquiram o “comportamento moderno” há cerca de 50 mil anos), termo que deriva do latim e define o homem sábio. Com uma definição dessas, o homem precisa ter noção da importância que a comunicação tem em sua vida (afinal, sem ela, sequer viveria em sociedade) e também utilizar técnicas que façam do processo comunicativo um elemento a seu favor. Sabe-se que toda comunicação tem um objetivo, que conhecimento transformado em argumentos são fundamentais para alcançar este objetivo e que nuances como postura, segurança e cordialidade são a estrada para se chegar ao destino.

Algumas outras técnicas, porém, devem ser levadas em conta quando se quer alcançar o sucesso no processo comunicativo. A primeira delas é… pensar. Pensar no público, nas palavras, exemplos, contextos a serem utilizados, pensar na maneira mais fácil e palatável para que possa ser compreendido. Pensar, de maneira geral, é o que nos dá o título de homo sapiens e nos difere dos demais animais sobre o planeta. Pensar antes de falar, aliás, é um ato de sabedoria sempre, visto que não só pode levar o emissor da mensagem ao sucesso, mas também evita ruídos na comunicação e, naturalmente, mal entendidos.

É importante, sempre, levar em conta o público-alvo (a quem se dirige a mensagem). Assim, deve-se fazer a adequação do vocabulário que será utilizado, de forma a facilitar o entendimento deste público. Somente se o receptor entender a mensagem emitida, conseguirá agir conforme desejamos. Para cada tipo de leitor ou ouvinte há um tipo de texto/fala adequado. Não raro, por razões óbvias, um mesmo assunto deve ser tratado de forma diferente com interlocutores diferentes. 

Não se deve jamais esquecer que a comunicação se dá com um objetivo. Este objetivo, na imensa maioria das vezes, depende de um resultado que, por sua vez, depende de uma ação ou reação do receptor da mensagem. Logo, alcançar este objetivo depende da forma correta de aplicar as técnicas de comunicação – e isto acontece toda hora, todo momento, em nosso cotidiano. Ganhar ou perder, tanto na vida profissional quanto pessoal, depende muito mais de nós mesmos do que das “eterialidades” ou divindades da vida. 
 

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