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Coluna Fabrício Wolff | Não somos quem somos
20 de Novembro de 2018

Coluna Fabrício Wolff | Não somos quem somos

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Por Fabrício Wolff 20 de Novembro de 2018 | Atualizado 20 de Novembro de 2018

Quem, por exemplo, conhece como se dá o processo comunicativo, sabe que na imensa maioria das vezes o que define uma mensagem é como o receptor a entende e não necessariamente o conteúdo proferido pelo emissor desta mensagem. Por isso se diz que nesta seara é fundamental o emissor ter conhecimento do processo comunicativo para adaptar a sua mensagem em vários aspectos até que o receptor a compreenda exatamente como o este emissor quer.

Ora, toda mensagem tem uma finalidade, um objetivo. Desde os primórdios da civilização o ser humano se comunica com uma intenção, por mais simples e banal que seja. É por esta razão que se faz mister que aquele que emite uma mensagem utilize um meio de comunicação eficaz, que conheça o seu público-alvo (aquele que vai receber a mensagem), que adapte o conteúdo à possibilidade de entendimento do receptor, que garanta que não vai haver ruídos nesta comunicação, que conheça e utilize os modalizadores do discurso, os valores da modalidade, os índices do metadiscurso etc etc etc. Marqueteiros políticos e publicitários sabem muito bem disso.

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Enfim, comunicar – até nas coisas mais simples do dia a dia – é uma arte.

Isto não muda o fato, porém, de que assim como a mensagem é aquilo que o receptor entende (e não necessariamente aquilo que o emissor diz), nós somos a imagem que os outros fazem de nós. Por mais que tenhamos (ou não) determinados conteúdos intrínsecos em nossa personalidade, como valores como caráter, ética, pró-atividade, entre outros, para as outras pessoas nós seremos aquilo que elas enxergam na gente, seremos aquela imagem que fazem da gente, independentemente desta imagem ser verdadeira ou não, desta imagem que fazem ser o que somos ou não.

No mundo real – que é o mundo da comunicação, pois só vivemos em sociedade pela capacidade que temos de nos comunicar – não basta ser o que se é em sua essência. Também é preciso demonstrar o que se é nas atitudes diárias para que os outros tenham a imagem do que realmente somos, e não uma imagem distorcida pela falta de capacidade de compreensão deles, ou pela nossa falta de capacidade em demonstrar quem realmente somos pelos seja pelas nossas ações/atitudes ou decisões/escolhas. 

A realidade é que, assim como no processo da comunicação em si, a mensagem depende muito da qualidade do emissor em repassá-la, igualmente na construção da própria imagem precisamos ter a competência de mostrar quem somos – sob pena dos outros criarem a imagem que desejarem de nós. 

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