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Coluna Cinema | Você já ouviu falar de “AutoconheCINEMA”?
28 de Agosto de 2020

Coluna Cinema | Você já ouviu falar de “AutoconheCINEMA”?

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Pelo olhar do publicitário e roteirista Rafael Monteiro de Castro me familiarizei com o termo Autoconhecinema. É uma reflexão e uma nova forma de ver a como a produção do cinema pode mudar nos próximos anos. Uma proposta online como escapatória para o confinamento durante a pandemia. Confira a matéria:

A quarentena imposta pela pandemia forçou diferentes grupos sociais a reinventarem suas atividades de lazer. Da mesma forma, empresários buscaram adaptar seus serviços, que já existiam previamente, assim como as pessoas de modo geral tiveram que encontrar novos métodos de interagir e se sentirem menos solitárias por conta do isolamento social. A “bóia salva-vidas” veio por meio da internet e atividades virtuais.

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A partir dessa necessidade, as ações online, de diversos tipos, tornam-se mais frequentes, especialmente as famosas ‘lives’. Mas alguns serviços, bastante inovadores em sua forma e propósito, mostram-se mais inclusivos, abrangentes e proveitosos durante o confinamento.

É o caso do “Autoconhecinema”, serviço que visa promover reflexão e troca de experiências por meio de uma discussão sobre filmes. Idealizado pelo roteirista e palestrante Luciano Luna, a ideia foi concebida para ser presencial e consiste em uma discussão de grupos a respeito dos conflitos e personagens de determinada produção cinematográfica, sempre visando instigar os participantes a trazer suas próprias experiências e pontos de vista para a discussão.

Ainda é comum que o “Autoconhecinema” seja pouco conhecido. Contudo, é possível explicá-lo a partir da definição de autoconhecimento que, de modo breve, explica o que determinado indivíduo sabe sobre si, como ele se enxerga e como se desenvolve nas áreas de sua vida. Dessa forma, o conceito foi aplicado com o objetivo de incentivar o olhar para dentro de si, levando em consideração a análise de histórias fictícias, assim como ocorre no cinema.

Com a pandemia, o serviço teve que ser adaptado para o formato online, e isso foi extremamente benéfico para sua disseminação, pois, além de tornar mais prática a participação e mais abrangente o público, os encontros puderam ocorrer em maior amplitude e não sofrer restrição geográfica. Dessa forma, foi possível conectar pessoas de inúmeras regiões, promover o contato em um momento tão solitário e discutir a respeito de cinema.

O “Autoconhecinema” é bastante usado em empresas que precisam resolver algum conflito ou promover a discussão de algum tema entre equipes e por isso, a atividade era regularmente aplicada pessoalmente, até por conta da proximidade que agrega valor à prática. Porém, assim como a maioria das ações, foi obrigatória e imediata uma mudança dos hábitos nesse período em que as pessoas não estão saindo de casa. Tornou-se mais popular o entretenimento com conteúdo relevante, na maior parte em conjunto da informação.

É importante ressaltar que cada módulo do “Autoconhecinema” traz um filme diferente, e isso faz com que as discussões também sejam diversas, abordando temas como liderança, competitividade e ética, obviamente relacionando à história assistida, com a perspectiva da vida real.

Com isso, é possível trocar experiências e compreender o universo de outras pessoas, por meio de perguntas embasadas por psicólogos. Contudo, é muito importante enfatizar que o “Autoconhecinema” resulta em algo bastante interessante, que é a criação de narrativa. Muitos homens e mulheres ainda têm dificuldade de se expressar, de expor seus sentimentos da forma correta, justamente por essa falta de familiaridade com o universo de “storytelling” e, a partir da análise dos filmes e conversão para o mundo palpável, é possível imergir nas estruturas de roteiro e sair dos encontros online muito mais críticos e criativos.

Rafael Monteiro de Castro, publicitário e redator, roteirista especializado em storytelling na Autoconhecinema

Para não deixar vocês sem dicas de filmes para o fim de semana escolhi dois títulos que falam sobre AUTOCONHECIMENTO, a força do trabalho em equipe (familiar e profissional) e perseverança:

Somos Marshall: Em 1970, a Universidade Marshall e a pequena cidade de Huntington, na Virgínia, se chocam quando 75 dos jogadores de futebol da escola e funcionários morrem em um acidente de avião. O novo treinador, Jack Lengyel (Matthew McConaughey), chega à cena em março de 1971 determinado a reconstruir Marshall Thundering Herd e, no processo, curar uma comunidade em luto. Ano 2006.

Extraordinário: Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma deformação facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele pela primeira vez frequentará uma escola regular, como qualquer outra criança. Lá, precisa lidar com a sensação constante de ser sempre observado e avaliado por todos à sua volta. Ano 2017.

Qual a sua sua indicação de filme? Me conte aqui nos comentários ou envie um e-mail com sua sugestão de pauta para [email protected]. Comente também nas redes sociais @jessielodi

 

DROPS:

Hora da Estrela, um dos grandes filmes nacionais, é tema de debate online sobre cinema

Live promovida pelo Cineclube da Fundação Cultural BADESC será na sexta-feira, dia 28 de agosto – 19h

A Hora da Estrela de Suzana Amaral. Brasil/1985/96 min/Drama/Classificação: 12 anos

Com Marcélia Cartaxo, Tamara Taxman, Fernanda Montenegro

Serviço: Sessão online Psicanálise vai ao Cinema fala sobre o filme A Hora da Estrela

Data:  28 de agosto – sexta-feira

Horário: 19h

Local:  Canal da Fundação Cultural BADESC no YouTube (http://abre.ai/canalfundacaoculturalbadesc)  

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