Na semana passada, aqui na Coluna, tratei do que foge ao meu controle…
A constelação sistêmica forjada por uma multidão de ancestrais,
os genes entrelaçados desde a concepção,
a conversa permanente do inconsciente… o meu com todo aquele que me cerca.
Convencida de que cada um, com seus “precedentes”,
herda talentos e valores, automaticamente.
Mas cabe a nós to be or not to be, bem lembrou Shakespeare.
Se conformar com o que sou ou lapidar tudo o que tenho a meu favor.
Clássicos aclamados à parte, pra mim a resposta estava em um livro bem moderno.
“Desperte o gigante que existe em você”, do guru dos coachs Tony Robbins, que comanda em agosto, pela primeira vez no Brasil, uma imersão em transformação.
Com ele, entre mais de 600 páginas, aprendi o quanto sou eu que dito a ordem que os meus valores ocupam na minha vida. Eximindo conflitos naturalmente, simplesmente, porque sei fazer valer o que tem valor pra mim.
Pra facilitar, vamos simular:
Suponhamos que hoje o que eu mais valorizo é:
Família / Amor
Saúde / Qualidade de vida
Trabalho / Reconhecimento
Cultura / Escrever e apreciar a arte
Equilíbrio financeiro / Honestidade
Conhecer o mundo
Liberdade / Espontaneidade
A forma como eu priorizo os meus valores deve permear cada decisão tomada. Ou seja: se trabalhar full time, com muitas viagens e raras folgas, compromete o que julgo mais importante do que o sucesso profissional – minha família e minha saúde -, é melhor reavaliar minhas escolhas. Ou ainda: se o anseio de conhecer o mundo prejudica meu desempenho no trabalho, se largo tudo ao menor sinal de passagem em promoção, o resultado, por mais emoções que traga, vai contra o que almejo em longo prazo. Por isso, não basta ter ciência do que tem valor. Pra valer, preciso codificar cada atributo, dando mais do que hierarquia… assegurando a harmonia.
Se a minha lista, por exemplo, colasse valores antagônicos?
Família
Liberdade
Vida boa
Fazer fortuna
Viver na balada
Correr antes do sol nascer
Aparências
Espontaneidade…
Ficou mais fácil visualizar? O caos que a incongruência é capaz de gerar?
Por mais dolorido que seja reformar a minha lista, rebaixando a liberdade quando decido me casar, reduzindo o ritmo se a prioridade não for trabalhar, abrindo mão do esplendor se o meu deleite é regar a flor, trocar o luxo pela paz & amor… Designar a medida do que pra mim tem valor é um trunfo a meu favor.
“Certa manhã, devo escrever urgentemente uma carta “importante” – da qual depende o sucesso de certo empreendimento; em vez disso escrevo uma carta de amor – que não envio. Abandono alegremente tarefas desinteressantes, escrúpulos razoáveis, condutas reativas, impostas pelo mundo, em benefício de uma tarefa inútil, vinda de um Dever remarcável: o Dever amoroso”.
Roland Barthes, em Fragmentos de um discurso amoroso.
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