Às vezes, conto aqui meus grandes feitos,
as maiores lições, os amores gigantes.
Mas se tem uma coisa que aprendi,
é que não chegaria até aqui,
resolvida, envolvida,
sem o primeiro e pequeno passo.
Me perdoe a sorte grande,
mas é o pequeno gesto que faz da vida um verso.
Digno de voz alta, das luzes da ribalda.
Porque só ele quebra a inércia.
Instaura nova sequência.
Exprime atitude em iminência.
E a cada dia me convenço
que é de pouquinho em pouquinho
que um vínculo se torna intenso.
Como aos pouquinhos, eu mesma arrefeço,
se, ao contrário, não “me abasteço”
nas miudezas onde um dia percebi o amor imerso.
De pouquinho em pouquinho,
treinando amiúde, devagarinho,
deixo de lado o fôlego sôfrego.
Quando percebo, esbanjo potência.
Mas se à nova rotina faltar consistência,
não há sorte que absolva minha força da falência.
E é assim que eu aprendo. Assim que eu mudo,
Assim que eu forjo meus escudos.
Pra não ter recaídas na jornada da vida.
Entendendo que o avanço,
mesmo quando é pequeno, evoluindo sereno,
desviando das culpas, sem pesar, sem desculpas,
vale mais do que a mudança, gigante, de repente,
que parece transformar, melhorar, nos salvar,
mas no fundo é tão volátil quanto um golpe de ar.
É passo a passo, abrindo espaço pro certo e pro louco,
desprendendo pouco a pouco
a órbita do próprio umbigo,
que a gente constrói um abrigo,
confia no amor, conquista um amigo.
Todo dia é o primeiro. O perfeito, pro passo que falta,
pro pouco capaz de mudar todo o mundo à minha volta.
Nas fotos, na Galeria, o que brotou do pequeno passo que um dia dei na direção do amor.
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