Sábado, 13 de abril… nem 8 da manhã e eu já me sentindo tricampeã!!
Do trapiche da Beira-Mar Norte até a pracinha do bairro João Paulo, meu maior percurso em corridas reeditou aquela sensação, a infalível emoção, que é ter um par, se sentir parte…
Euzinha entre quase 4 mil atletas que veem no exercício um ato de amor… amor próprio e amor aos próximos… porque quem se cuida tem mais força & fôlego pra cuidar dos outros.
Euzinha parte da Equipe Imprensa… 12 colegas que correm apesar da correria insana em que vivem. E que nesta chegada não ganharam medalhas… passaram o bastão! Forjando em 140km um time campeão. Um time que não chegou ao podium da prova, mas é a prova real de que juntos vamos mais longe.
Euzinha com torcida própria… Meu marido – veterano de Volta à Ilha – que me dá asas com tanto amor. E a amiga amada Viviane Cavalli, parceira em cada passada… Que madrugou neste sábado pra carregar minha água, fazer minhas fotos e me lotar de incentivo em 7,2km.
Euzinha, quase cinquentinha, agora com mais memórias divinas… Volta à Ilha 2011, Volta à Ilha 2012 e Volta à Ilha 2019.
Entre uma e outra prova, já contei aqui, quanta coisa mudou.
Quando eu enfim superava o susto de um câncer com sequelas vitalícias foi a vez do meu marido, meu amor corredor, trocar as pistas pelo andador.
Veio o choque, o coma, a longa jornada na escuridão.
Eu chegando na UTI já apertando botão.
Por conhecer cada apito, saber onde mora o risco…
Sem poder quebrar o gelo que trincava meu coração.
E quando já não havia mais “onde” me abastecer, então saí e fui correr.
Apostando na memória que os músculos podem ter
deixei o Marcio no hospital e madruguei pra “me vencer”.
Sob um sol de Verão, que já narrei aqui, ganhei troféu e fé em mim,
porque a corrida age assim.
Cada qual carrega seus quilos. Carrega seu passado.
Mas também é liberado, se quiser descarregar.
Deixar as culpas de lado. Arremessar pra longe o fardo.
Em estado de gratidão, celebrar a superação.
Porque cada passo dado é um avanço consumado.
A vitória do start sobre a estagnação.
Mais do que cronômetro, a corrida é feita de tempo.
E quem reserva um tempo pra se pôr em ação, independente do pace já larga campeão.
Mais do que podium, a corrida é feita de treino.
Da sábia compreensão de que cada conquista é lenta construção.
Breu e brilho, medo e medalha são só fachada alternada da mesma jornada.
Ora serena ora sem trégua. Às vezes domada… jamais terceirizada.
Nas pistas, feito a vida, cada um sabe de si.
A pressa do pulso. A pressão no tendão. O que solta as amarras. Os limites da garra.
Os sintomas escondidos, camuflados em sorrisos.
As dores que não se conta. Onde o calo se encontra.
Nas pistas, feito a vida, cada um sabe de si.
Na vida, feito as pistas, cabe a mim dizer o sim.
Enfrentar os meus limites. Melhorar em prol da equipe.
Encorajar o outro pr’além da zona de conforto.
Todos parte, em parceria, Mosqueteiros no triunfo e também na avaria.
Nas pistas e na vida, tudo é mais fácil com torcida.
Valeu corredores da Equipe Imprensa por fazerem o melhor tempo em nome do nosso time.
Valeu Eco Floripa pelo convite pra correr a 24ª Volta à Ilha.
Valeu World Gym pelos treinos. Valeu Viviane Cavalli pelas fotos e companhia.
Valeu Grãos da Ilha e Essential Nutrition por aditivarem a nossa energia.
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