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Coluna Ana Lavratti: Nas pistas, feito a vida, cada um sabe de si. Na vida, feito as pistas, cabe a mim dizer o sim.
15 de Abril de 2019

Coluna Ana Lavratti: Nas pistas, feito a vida, cada um sabe de si. Na vida, feito as pistas, cabe a mim dizer o sim.

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Por Ana Lavratti 15 de Abril de 2019 | Atualizado 15 de Abril de 2019

 

Sábado, 13 de abril… nem 8 da manhã e eu já me sentindo tricampeã!! 

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Do trapiche da Beira-Mar Norte até a pracinha do bairro João Paulo, meu maior percurso em corridas reeditou aquela sensação, a infalível emoção, que é ter um par, se sentir parte…

Euzinha entre quase 4 mil atletas que veem no exercício um ato de amor… amor próprio e amor aos próximos… porque quem se cuida tem mais força & fôlego pra cuidar dos outros.

Euzinha parte da Equipe Imprensa… 12 colegas que correm apesar da correria insana em que vivem. E que nesta chegada não ganharam medalhas… passaram o bastão! Forjando em 140km um time campeão. Um time que não chegou ao podium da prova, mas é a prova real de que juntos vamos mais longe.

Euzinha com torcida própria… Meu marido – veterano de Volta à Ilha – que me dá asas com tanto amor. E a amiga amada Viviane Cavalli, parceira em cada passada… Que madrugou neste sábado pra carregar minha água, fazer minhas fotos e me lotar de incentivo em 7,2km.

Euzinha, quase cinquentinha, agora com mais memórias divinas… Volta à Ilha 2011, Volta à Ilha 2012 e Volta à Ilha 2019.

 

Entre uma e outra prova, já contei aqui, quanta coisa mudou.

Quando eu enfim superava o susto de um câncer com sequelas vitalícias foi a vez do meu marido, meu amor corredor, trocar as pistas pelo andador.

Veio o choque, o coma, a longa jornada na escuridão.

Eu chegando na UTI já apertando botão.

Por conhecer cada apito, saber onde mora o risco…

Sem poder quebrar o gelo que trincava meu coração.

E quando já não havia mais “onde” me abastecer, então saí e fui correr.

Apostando na memória que os músculos podem ter

deixei o Marcio no hospital e madruguei pra “me vencer”.

Sob um sol de Verão, que já narrei aqui, ganhei troféu e fé em mim,

porque a corrida age assim.

Cada qual carrega seus quilos. Carrega seu passado.

Mas também é liberado, se quiser descarregar.

Deixar as culpas de lado. Arremessar pra longe o fardo.

Em estado de gratidão, celebrar a superação.

Porque cada passo dado é um avanço consumado.

A vitória do start sobre a estagnação.

 

Mais do que cronômetro, a corrida é feita de tempo.

E quem reserva um tempo pra se pôr em ação, independente do pace já larga campeão.

Mais do que podium, a corrida é feita de treino.

Da sábia compreensão de que cada conquista é lenta construção.

Breu e brilho, medo e medalha são só fachada alternada da mesma jornada.

Ora serena ora sem trégua. Às vezes domada… jamais terceirizada.

Nas pistas, feito a vida, cada um sabe de si.

A pressa do pulso. A pressão no tendão. O que solta as amarras. Os limites da garra.

Os sintomas escondidos, camuflados em sorrisos.

As dores que não se conta. Onde o calo se encontra.

Nas pistas, feito a vida, cada um sabe de si.

Na vida, feito as pistas, cabe a mim dizer o sim.

Enfrentar os meus limites. Melhorar em prol da equipe.

Encorajar o outro pr’além da zona de conforto.

Todos parte, em parceria, Mosqueteiros no triunfo e também na avaria.

 

Nas pistas e na vida, tudo é mais fácil com torcida.

 

Valeu corredores da Equipe Imprensa por fazerem o melhor tempo em nome do nosso time.

Valeu Eco Floripa pelo convite pra correr a 24ª Volta à Ilha.

Valeu World Gym pelos treinos. Valeu Viviane Cavalli pelas fotos e companhia.

Valeu Grãos da Ilha e Essential Nutrition por aditivarem a nossa energia.

 

Clique nas fotos para acionar o slideshow e ampliar as imagens da Galeria:

 

 

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