Foto: Lidya Nada / Unsplash
A pandemia do novo coronavírus mostrou uma face da sociedade que fingíamos não ver: a da arrogância, a do “farinha pouca, meu pirão primeiro”. É de um egoísmo desumano e sem precedentes ver que mesmo após todas as proibições de festejos de Carnaval – e de Natal, e de Ano Novo – os eventos clandestinos seguem acontecendo. É um desalento ver as pessoas arriscando a sua segurança e a dos outros em festas cheias de aglomerações e sem cumprir protocolos apenas porque “estão de saco cheio de ficar em casa”, porque estão “há quase um ano sem sair”.
Todos estamos na mesma situação desde março de 2020. Pessoas físicas e jurídicas. E no caso dos empresários, a grande maioria deles teve de demitir colaboradores, reduzir quadros e estruturas, adiar lançamentos, contabilizar prejuízos e deixar de pagar contas por causa da baixa de vendas e, certamente, teve de fechar os negócios. Milhares deles não sobreviveram à pandemia – assim como as quase 250 mil pessoas que sucumbiram ao vírus.
“Nós precisamos voltar a trabalhar.” Essa foi a justificativa do cantor de pagode preso na última semana após ter feito um show clandestino no dia 13, sábado de Carnaval, em uma escola estadual na Favela Parque União, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro. A capital fluminense está à beira de um colapso devido à pandemia de Covid-19 e, por causa dela, proibiu, assim como em todo o Brasil, qualquer evento que gerasse aglomeração. Mas o cantor precisa voltar a trabalhar. Os produtores dele têm de voltar trabalhar. A banda toda precisa voltar a ter dinheiro – o show foi fechado em R$ 65 mil.
Foi desespero, mas também foi egoísmo. Fazer um evento fora do permitido pelos decretos foi errado. Porque não temos vacina (e quando ofereceram fizeram questão de não comprar), não temos saúde pública, não temos políticas para a saúde e sequer temos representantes em todas as esferas para cobrar um plano para parar a contaminação com o coronavírus e as novas cepas, e um plano de vacinação que seja o mínimo eficiente e que contemple toda a população. E ainda temos quem finge que aplica vacina.
Estimativas apontam que neste ritmo, teremos todos os brasileiros vacinados no fim de 2024. Esses estudos só não mostraram – ainda – quantas empresas conseguirão sobreviver a tudo isso se tivermos de esperar até lá. Os que aglomeram hoje serão os mesmos que não terão empregos justamente por não estarem fazendo a sua parte para controlar a contaminação.
Falta política, falta preocupação, falta conscientização, falta responsabilidade.
Por outro lado… teve Carnaval… em casa
E quem optou por ficar em casa para curtir o Carnaval não ficou sem atrações. Cantores consagrados em todas as folias de momo adaptaram seus trios elétricos para eventos híbridos fizeram suas transmissões pela internet. Foi o caso de Daniela Mercury, Claudia Leite e Ivete Sangalo, Léo Santana, Harmonia do Samba, Bell Marques, Chiclete com Banana, Psirico, Filhos de Gandhy, Olodum, Margareth Menezes, Preta Gil, Banda Eva, Luísa Sonza e Zeca Pagodinho, entra tantos outros.
Apresentações grandiosas que mostraram que os eventos híbridos podem ser ótimas opções para qualquer situação, e simbolizaram que quando se quer contribuir para o bem da população, é possível.
Feras FIESC 2021
Mudando um pouco de assunto, mas seguindo a falar de eventos híbridos, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), realizou no último dia 11 de fevereiro a Convenção de Vendas Feras FIESC 2021, evento que em 2019 foi presencial e que pela segunda vez (2020 e 2021) foi híbrido e levou para o meio digital toda a experiência de um evento e gerou também muitas conexões. O tema da edição 2021 foi Superação. Foram mais de 700 participantes que tiveram acesso a uma plataforma totalmente customizada com o tema selva virtual. Eram 15 salas simultâneas, além das palestras com o paratleta Fernando Fernandes, exemplo de superação, e com Ciro Bottini, que mostrou toda a energia para comunicar e vender.
Foto: Felipe Carneiro, Fiesc Divulgação
#DICA: convenção de vendas ou planejamento estratégico
Como este é um período de realização de convenções de vendas e de planejamento estratégico nas empresas e levando em consideração que muitas delas terão de ser híbridas, quero deixar três dicas importantes para inovar no evento e proporcionar uma ótima experiência aos seus convidados. A primeira é inovar no tema do evento, aliar a criatividade a um tema aderente à cultura e aos valores da empresa. Planejar o antes, o durante e o depois do evento é a segunda dica, porque vai surpreender o participante, vai engajar. A terceira e última dica é convidar uma atração que emocione. Uma personalidade que tenha aderência ao tema do evento, ou que seja admirada pelo seu conteúdo vai coroar o evento. Você pode ler mais sobre este assunto neste artigo.
Grandes feiras mundiais migram para o híbrido
Com o – por ora – adeus ao presencial, as grandes feiras de negócios reconhecidas mundialmente também migraram para a digitalização dos eventos, e já consideram que mesmo após o fim da pandemia terão de investir no modelo híbrido. É o caso da Première Vision Paris, com o Digital Show, e da plataforma de comércio eletrônico NuOrder.
Apesar de o modelo híbrido ter dividido opiniões no início da pandemia, hoje muitos dos participantes reconhecem a conveniência e o conforto do formato e acreditam que ele promove a sustentabilidade – a Semana de Moda de Nova Iorque gera entre 40 mil e 48 mil toneladas de dióxido de carbono, por exemplo, número que seria consideravelmente menor se fosse híbrido.
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