Publicidade
Ana Lavratti entrevista a CEO da Automatisa, Joana de Jesus
09 de Abril de 2021

Ana Lavratti entrevista a CEO da Automatisa, Joana de Jesus

Twitter Whatsapp Facebook
Por Ana Lavratti 09 de Abril de 2021 | Atualizado 09 de Abril de 2021

 

Incapaz de enxergar um problema sem contribuir com a solução, Joana de Jesus é das mais engajadas no movimento Reage Brasil, com o “Manifesto pela vida, pela paz civil, pelos empregos” entre as recentes iniciativas disseminadas neste link aqui. Até chegar a esta condição, de ter suporte para oferecer, com uma sólida estrutura profissional e emocional, Joana conviveu com cenários bem diferentes, sentindo na pele as dificuldades que hoje tanto se empenha em conter.

Publicidade

 

Nascida em Imbituba antes mesmo dos oito meses de gestação, com uma precocidade que viria a ser sua marca, Joana de Jesus cresceu acompanhando a mãe, Maria Raquel de Jesus, migrando de casa em casa. O trabalho como doméstica, se por um lado exigia da mãe dedicação em período integral, nos empregos entre Imbituba, Porto Alegre e Florianópolis, por outro recompensava, pela morada gratuita e o ambiente amistoso, com a pequena Joana extraindo referências de conforto e educação. Mas nem a plena adequação à singela condição, a privou de outras provas.

 

Aos 8 anos, com a mãe impelida a aceitar o emprego não-extensivo à família, Joana passou a morar sozinha, em Imbituba, no bairro humilde onde após frequentar o colégio praticava a lição adicional: cuidar da casa, administrar o medo e a comida, geralmente pão e macarrão instantâneo, com as porções contadas, otimizadas, até o provável retorno da mãe. Anos mais tarde, vivendo com outra família, enquanto a mãe trabalhava em Florianópolis, a experiência mostrou a que veio: a renda lavando a louça, ganhando o equivalente a um litro de leite nas casas da vizinhança, às vezes ainda crescia, com a venda dos produtos do catálogo da Avon.

 

Dos 12 aos 15 anos, os desafios não foram menores. Assim como as recompensas. Ao ajudar a mãe em Florianópolis, cuidando sozinha do irmão recém-nascido, preparando as bananinhas que vendia entre os vizinhos, transformando em crédito no mercadinho as joias que ganhara do padrinho, fez o melhor que podia, mas não foi suficiente. Para aumentar a renda, destinando a metade do salário às demandas da mãe e do irmão, passou a conciliar os estudos com o emprego extenuante: de doméstica, babá, responsável pela limpeza, as roupas e a comida na casa onde trabalhava, até conquistar uma vaga no curso de Eletrotécnica do Instituto Federal de Santa Catarina.

 

Nos três anos de ensino médio, Joana se multiplicou como babá, atendente em sorveteria, prestando serviços de instalações elétricas, desenvolvendo a autonomia que viria a repercutir, em plena adolescência, num estágio onde o bônus era a morada gratuita, e na bolsa de estudos para o Cursinho Geração. Aprovada em todos os vestibulares que prestou, Joana optou pela Administração na ESAG, dedicando a noite aos estudos e os dias ao universo do qual jamais sairia: contratada pela Cebra e pela Contronics para trabalhar com tecnologia.

 

Com o autoconhecimento e a confiança lapidados pela Ontopsicologia, Joana ingressou na Automatisa. Primeiro conciliando a dupla jornada, na área administrativa e na área comercial, até ser promovida de estagiária para vendedora, para coordenadora, para gerente de vendas. Dominando o parque fabril, da amostra de corte e gravação a laser à elaboração de propostas e captação de clientes, Joana criou sua própria equipe, respondendo pela representação comercial da Automatisa Laser Solutions no Sul do país, até que a aquisição de 5% da sociedade projetou quem já era “sócia na ação”, pela envergadura do comprometimento, para a lista dos donos do negócio.

 

Passados 17 anos da fase de estágio, CEO da Automatisa, Joana divide a cúpula da empresa justamente com o executivo responsável por entrevistá-la, na admissão para a empresa: Marcos Lichtblau. Com clientes em 10 países, crescendo em plena pandemia pelo compromisso com mais de 60 pessoas envolvidas na operação, Joana prova na prática os atributos que forjou a ferro e fogo. Antes mesmo dos 40 anos, aprendendo a dominar seus dons, abdica de matar um leão por dia para domar sua fúria e absorver sua força.

 

Personagem do livro Você Mulher Ainda Melhor, com mais 30 lideranças femininas, Joana explica melhor o “trunfo” na entrevista abaixo, gravada no Dia da Mulher, na sessão de autógrafos da primeira edição, no SEBRAE-SC.

 

 

 


 

 

Quer saber onde encontrar o livro mais próximo de você? Escreva para [email protected]

ENTREVISTA: Gravação e edição da Canal 3 / TV Sebrae

FOTOS: Gabriela Müller

 

 

Publicidade