CANNES 18 | Entrevista com Laura Esteves, diretora de criação da Y&R e jurada da Categoria FILM
04 de Junho de 2018

CANNES 18 | Entrevista com Laura Esteves, diretora de criação da Y&R e jurada da Categoria FILM

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Aos 21 anos, depois de se formar na PUC-MG e ser eleita Young Creative, Laura começou sua carreira na DM9DDB em São Paulo. Depois de 4 anos de trabalho, após ganhar uma concorrência global, ela pediu transferência para a matriz da agência, em NY, onde atendeu clientes como Budweiser, Philips, Unilever e Johnson&Johnson.
De volta ao Brasil desde 2009, Laura é a única diretora de criação mulher na maior agência do Brasil. E tem a oportunidade de trabalhar para muitas das maiores contas do país como Grupo Petrópolis, LG, Danone, Sanofi, Boheringer, EAD e outras. Além de Leões em Cannes, One Show e outros prêmios locais Laura começou o ano fazendo o vídeo de maior visualização da Vivo, maior empresa de telecomunicação do Brasil. 

 

 

Qual é a sensação em fazer parte da equipe de jurados do Cannes Lions 2018?

É uma oportunidade única. A maior alegria e reconhecimento profissional que eu poderia um dia desejar. São pouquíssimas vagas: 12 homens e 6 mulheres que passaram por um rigoroso teste de seleção em argumentação, fluência em inglês, talento e histórico em prêmios. O Festival levanta a nossa capivara local e internacionalmente. Passar neste teste já é em si um grande prêmio.

 
Qual é o aprendizado ou troca de experiências que você imagina ter lá com criativos de diversos cantos do mundo?

Cada vez que tenho a oportunidade de participar de um júri vejo que aprendo mais e me desempenho melhor no próximo. É uma chance de conhecer pessoas extremamente talentosas e aprender sobre a dinâmica e comportamento dos jurados. Como cada um se expressa, argumenta, conquista os outros jurados. É uma aula.

 
O Festival passou por uma grande reformulação para esta edição. O que você poderia citar sobre essas mudanças e o que será avaliado em FILM,  Categoria que você vai julgar?

O filme, o play, o vídeo é a base de tudo. Ele pode assumir um formato de 6 segundos e ser chamado de bumper ad e ser inscrito na categoria digital. Pode ter uma hora e quarenta e dois minutos como peças que eu vi no pre-judging e ser inscrito em Film. Pode ser um testemunhal e virar um texto de um influenciador e ser inscrito na categoria Social Media. Mas não importa o formato o que vale é a ideia.

 
Cite um grande trabalho da sua empresa que vai concorrer em Cannes neste ano.

Meu bebê este ano é um filme de Vivo que fizemos para o fim do ano. Um trabalho de dia a dia, concorrência entre 3 agências que atendem a conta. Muito trabalho, energia e amor para colocar este projeto de pé. Uma parceria sem precedentes com o Google em um projeto anti cyberbullying que conquistou em apenas 4 dias de veiculação 30 milhões de views, foi trend topics no Twitter e foi o comercial de telecom mais assistido no mundo.  Uma peça que acabou de ganhar o prêmio de melhor comercial do SBT e tem sido vencedor de outros grandes prêmios locais.

 
O que é mais importante em Cannes? Ganhar um leão, palestras, conhecer pessoas?

De preferência tudo. Competir e ganhar é sem dúvida o objetivo final. Este ano o mais importante para mim é ter um desempenho no júri a altura do prêmio que é ser escolhida como representante do país. Meu júri é o último e a premiação é apenas na sexta a noite. A previsão é de 12 a 13 horas de trabalho por dia. Vou estar 100% focada no júri então imagino que vai sobrar pouco tempo para drinks e network. Acho que vou voltar com o mesmo bronzeado de inverno que fui.

 
Por que o Brasil valoriza tanto Cannes? É um dos países com maior número de inscrições e também visitantes.

Cannes vem logo na sequência do SXSW, One Show e D&AD e ainda assim tem o papel fundamental de agrupar os vencedores destes festivais e ainda trazer novidades. A cada ano as categorias se adaptam a realidade da nossa indústria e apontam para onde estamos indo. As palestras são imperdíveis. E a oportunidade de conhecer grandes talentos de todo o mundo é única.

 
O que não falta na sua bagagem para Cannes?

Paracetamol para assistir os 5.000 filmes em uma sala escura. Cartão de visita para estender as oportunidades que tiver lá com colegas e clientes depois do Festival. E um biquíni para me lembrar que apesar de ser trabalho também tem espaço para um minutinho de diversão.