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Foco | O melhor remédio para a saúde financeira da sua agência ou produtora
04 de Fevereiro de 2025

Foco | O melhor remédio para a saúde financeira da sua agência ou produtora

Sem foco, você anda em círculos

por Silvio Soledade*

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Quem perguntar a um empreendedor do setor de publicidade, comunicação ou audiovisual qual é o seu maior desafio hoje, tenho certeza de que muitos responderiam: “melhorar a saúde financeira da empresa”. Mas a pergunta que vem logo depois é: você tem FOCO nisso?

Não falo apenas de controlar custos ou buscar mais receita. Isso é importante, claro, mas sem foco não há estratégia que se sustente. O problema é que muitos pequenos e médios empresários acabam se perdendo entre as urgências do dia a dia e perdem também de vista o que realmente importa: a sustentabilidade do negócio a longo prazo.

No mundo criativo, somos naturalmente inquietos. A cada dia surge uma nova tendência, uma nova oportunidade, um novo desafio. Já vi isso de perto em diversas empresas com as quais trabalhei: projetos promissores que perderam espaço porque a gestão financeira ficou em segundo plano.

Essa inquietude pode se tornar uma armadilha quando se traduz em uma gestão financeira sem direção clara. Quando o foco se perde, as dívidas crescem, as margens se comprimem e as metas viram apenas intenções.

Falo isso por experiência própria. Há alguns anos, acompanho empresas do nosso setor enfrentando desafios semelhantes e percebi que a diferença entre quem sobrevive e quem cresce está na capacidade de calibrar o foco.

Focar significa entender onde você quer chegar e o que é necessário para isso. Significa identificar quais são os reais direcionadores de receita, quais são os custos que precisam ser reduzidos sem comprometer a qualidade e, principalmente, quais são as escolhas que precisam ser feitas. Sim, porque gestão é sobre fazer escolhas, e não apenas apagar incêndios.

Como calibrar o foco financeiro?

Aqui vão algumas reflexões que costumo fazer em minhas análises e discussões com empreendedores:

Você sabe exatamente quanto custa sua operação? Muitos negócios não têm clareza sobre seus custos reais. Isso gera precificação errada e margens apertadas. Já atendi uma produtora que acreditava estar lucrando até perceber que seus custos fixos estavam comendo sua rentabilidade.

Sua previsão de receita é realista? Muitos gestores projetam crescimento sem levar em conta sazonalidade, risco de inadimplência e oscilações de mercado. A falta de previsão financeira já levou agências a momentos críticos, onde a solução foi um ajuste doloroso na equipe.

Você monitora indicadores financeiros? Faturamento é uma métrica importante, mas não é a única. Fluxo de caixa, EBITDA, ticket médio e ciclo de recebimento são alguns dos indicadores essenciais. Empresas que ignoram esses dados operam no escuro e tomam decisões na base do achismo.

Sua estrutura de custos é compatível com seu tamanho? Empresas em crescimento muitas vezes incham a estrutura sem um planejamento de longo prazo, o que compromete a rentabilidade.

Você tem um plano de contingência? Problemas acontecem, e empresas bem geridas são aquelas que já têm estratégias para lidar com eles antes que virem crises. Eu mesmo já auxiliei negócios a se reerguerem por meio de um planejamento financeiro de emergência.

Empreender é uma jornada, mas sem foco, você anda em círculos

Não existe solução mágica para melhorar a saúde financeira de uma empresa. Mas existe um caminho claro: colocar foco no que realmente importa. Minha experiência mostra que, quando o foco é bem calibrado, os resultados aparecem.

Ao longo dos anos, percebi que muitos empreendedores enxergam a gestão financeira como um bicho de sete cabeças, mas ela pode – e deve – ser um aliado estratégico. Quando olhamos para os números com um olhar analítico e objetivo, as decisões se tornam mais assertivas e o futuro do negócio mais previsível.

Afinal, dinheiro não é só número; é o que garante que sua paixão pelo que faz possa continuar sendo um negócio sustentável e próspero.


*Silvio Soledade
é presidente da Associação de Profissionais de Propaganda (APP), Vice-presidente da Assoc. Nacional de Marketing e Indústria Digital (ANAMID) e sócio da PlanoGestão/HumanBridge

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