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ARTIGO | Feira do Livro de Joinville: uma história de saberes e compartilhamento
11 de Maio de 2017

ARTIGO | Feira do Livro de Joinville: uma história de saberes e compartilhamento

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por Sueli Brandão*

 
Criei uma Feira de Livros em Joinville porque acredito absolutamente nos proveitos que cada cidadão pode tirar de um evento em torno de livros e leitura. A maior prova de que uma feira de livros é sempre fundamental para a vida cultural e educacional de qualquer lugar é o fato de que, cada vez mais, elas, em diversos modelos, se alastram pelo mundo que tem consciência do papel da leitura, contribuindo na formação do sujeito e na construção da cidadania. 
Sobretudo quando têm compromisso de ir além da exposição e venda de livros, elas são um convite quase irrecusável a leitores (sempre!)  e não leitores a passearem entre livros e acabarem fisgados por um título especial, um autor querido, um assunto atualíssimo e empolgante.

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Além desse encontro de leitor e obra, em geral, as feiras proporcionam um diálogo entre leitores e escritores – cara a cara -, e esse é, sem dúvida, um dos grandes momentos da vida  dos participantes de uma feira (como o momento inesquecível do menininho, numa  conversa de Orígenes Lessa  com seus pequenos leitores: a criança cutucou a perna do escritor notável: “Eu achava que você era morto!”): conhecer um pouco da vida do autor, sua trajetória até virar escritor,  seus temas e preocupações primordiais é mais que uma experiência marcante, é formadora.

Se a feira ainda proporciona uma forma de perceber as ligações entre a literatura e outras formas de arte e manifestações culturais, ela pode tornar-se tão significativa, que é difícil imaginar que saímos de um evento desses sem nenhum arrepio de vida ou sem nenhuma nova reflexão. Nem é o caso de sublinhar o quanto todos os educadores acabam se sentindo privilegiados numa feira de livro, porque não faltarão oportunidades para enriquecer seu modo de entender e trabalhar a leitura.

E se uma feira de livros é esse acontecimento marcante do ponto de vista social, cultural e educacional, ela é também um negócio: para os livreiros, para os escritores e demais intelectuais sempre nela envolvidos. Além do empenho e entusiasmo, de alguma forma todo esse pessoal tem (ou teve) um investimento financeiro. Em geral, esse investimento é compensado na própria feira, por vendas, por visibilidade, por contatos importantes para outros “negócios”. O ganho financeiro de uma feira não pode limitar-se ao estrito período do evento. Muitos livros foram vendidos antes e serão vendidos depois do curto tempo de uma feira, muitos convites surgirão para escritores e artistas, muitas marcas serão lembradas, muita ideia promissora surge – tudo isso, a partir de dez dias passados entre livros, autores e artistas.

Por isso, acredito convictamente no retorno sempre positivo de uma feira – mesmo o financeiro-, desde que a linha de tempo da análise de resultados não seja a de um momento, entre tantos, mas de um trabalho incansável em torno da leitura.

É por isso que, ao longo de 14 anos, com momentos de ventos mais ou menos favoráveis, faço o levantamento do custo-benefício pessoal, em todos os campos, e para a cidade, vou em frente, sempre certa de que, tudo somado, o resultado é sempre positivo.

* Sueli Brandão – Criadora e organizadora da Feira do Livro

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