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ENTREVISTA | Bruna Pires | Coordenadora de comunicação do Social Good Brasil
15 de Março de 2016

ENTREVISTA | Bruna Pires | Coordenadora de comunicação do Social Good Brasil

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Conversamos em Florianópolis com Bruna Pires, publicitária com iMBA em Gestão de Negócios, Mercados e Projetos Interativos. Ela tem nove anos de experiência em planejamento e marketing digital. Estudou inglês na Califórnia (EUA), estagiou na agência BZZ Multicomunicação e em uma empresa de mobile marketing. Foi   coordenadora de projetos de responsabilidade social no Instituto Voluntários em Ação e Banco Santander. Trabalhou no marketing da empresa Clear Inovação, de Florianópolis, e hoje coordena a área de comunicação do Social Good Brasil.

AcontecendoAqui – Qual a origem do Social Good e seus propósitos?

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Bruna Pires – O propósito do Social Good Brasil é inspirar, conectar e apoiar indivíduos e organizações a utilizarem o poder das tecnologias, novas mídias e o comportamento inovador para contribuir com a solução de problemas da sociedade.
Nascemos do sonho de duas ONGs. O Instituto Voluntários em Ação (IVA) e o  Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom) acompanharam as mudanças no comportamento das pessoas causadas pela Internet. A comunicação mudou e surgiu também uma nova forma de colaborar com a sociedade. Tudo que era feito presencialmente, passou a ser online, com novos modelos e diferentes formatos. 
Para debater sobre essas mudanças, as organizações promoveram em 2010 o seminário Together is Better (TiB) e trouxeram para Florianópolis grandes nomes internacionais para falar de comunicação, terceiro setor e também sobre o uso de todas essas novas mídias para contribuir com problemas reais.
Em 2011, elas participaram do Social Good Summit NYC. O evento reuniu palestrantes e pessoas de todo mundo para trocar ideias sobre esse assunto. Inspiradas no que viram por lá, elas decidiram criar o Social Good Brasil.

AcontecendoAqui – O Social Good Brasil, criado em Florianópolis, é uma franquia? É o único no Brasil?

Bruna Pires – Não somos uma franquia. Somos uma organização sem fins lucrativos, liderança no Brasil do movimento global +SocialGood, encabeçado por um grupo de organizações como Mashable, Fundação das Nações Unidas, PNUD, Fundação Bill&Melinda Gates, entre outras.
Sim, com esse propósito e modelo, somos os únicos no Brasil.

AcontecendoAqui – Como atua o SGB e quais projetos já contam com sua assinatura?

Bruna Pires – Nós apoiamos de diversas formas as pessoas que querem fazer sua parte para um mundo melhor.
PLATAFORMA SGB –  Nosso site, além de conteúdos inspiradores sobre inovação social e tudo que acontece nessa área no Brasil e no mundo, apresenta diversos movimentos para pessoas que desejam apoiar uma iniciativa já existente. 
SGB LAB – Para todos aqueles que possuem uma ideia ou uma iniciativa de impacto social positivo, mas precisam validar seu modelo de negócio, testar e prototipar suas ideias. O laboratório possui 4 meses de duração com encontros presenciais mão na massa, mentoria especializada, saídas para campo e muito mais. O lab é o lugar certo para empreendedores sociais de todo o Brasil.
SEMINÁRIO SGB – Nosso queridinho! Esse é o projeto mais conhecido pela nossa rede. Quem vai ao seminário pergunta: Quando vai ser o próximo? Quem não conseguiu assistir pergunta: Quando vai ser o próximo? (risos). As pessoas adoram esse evento. Nele nós conseguimos reunir diferentes públicos, mas todos com um propósito único: inovar e fazer diferente. O encontro virou referência em tecnologias para inovação social e já possui quatro edições realizadas.
AGENTE SOCIAL GOOD – O agente é nosso projeto para pessoas que desejam trabalhar com propósito, mas desconhecem as possibilidades de dedicar suas habilidades ao campo social.
DOCUMENTÁRIOS – Filmes que retratam iniciativas lideradas por inovadores sociais que agem para fazer a diferença no Brasil. 

AcontecendoAqui – Você já trabalhou na comunicação e marketing de empresas privadas. O que elas podem aprender com as organização sem fins lucrativos?

Bruna Pires – Aprendi muito com a cultura inovadora do Social Good Brasil. Acredito que todas as organizações têm muito a aprender com os modelos inovadores de gestão e também de marketing. Alguns dos meus aprendizados: 
-Menos público alvo e mais PESSOAS: Algumas  organizações não estão preocupadas no que as pessoas realmente precisam. Focadas em vender produtos e serviços, esquecem do primeiro passo: ouvir pessoas dos seus diversos públicos e entender suas reais necessidades. 
-Mais parcerias estratégicas e menos concorrência: Por trabalharmos em um modelo de colaboração, aprendi a expor ideias para a rede e potenciais parceiros. Nesse modelo colaborativo, ganhamos muito mais construindo juntos e nos ajudando. É o modelo de abundância X escassez, é a co-criação melhorando o brainstorming.
-Melhor pedir desculpas do que pedir permissão: No Seminário de 2014 um dos palestrantes disse: ”A nossa criatividade é bloqueada pelo medo”. Sua provocação foi para que nós não sejamos destemidos, mas que possamos reconhecer a criatividade e o medo como irmãos siameses, e, de forma equilibrada, saber conviver com ele. E esse é o modelo que trabalhamos no Social Good Brasil. Como uma organização horizontal, a ONG permite que seus colaboradores criem e sugiram novas ideias. 
-Ligar marcas a propósitos:Simon Mainwaring foi palestrante do nosso primeiro seminário, em 2012, e falou sobre social branding, que nada mais é que o engajamento das marcas com os consumidores por meio de um propósito social. As marcas que pensarem além de seus próprios interesses, vão lucrar mais. Estabelecer uma relação verdadeira com a sociedade, propondo mudanças reais, aumenta a aceitação dos consumidores e atrai novos clientes.
-Pensamento Lean Startup: Podemos usar o poder colaborativo das pessoas, ouvi-las, testar hipóteses, validar ideias e formatar ideias. Todos os projetos do SGB são testados e validados com nossa rede e com nossos parceiros. Como o Lean Startup prega: falhar cedo, gastando pouco. Errar rápido para acertar rápido.

AcontecendoAqui – Vocês costumam dizer que “o poder está na ponta dos dedos”. O que significa essa expressão e como as pessoas podem agir diante tantos problemas da sociedade?

Bruna Pires – Hoje temos o poder de transformação, mobilização, inovação, de criar e fazer junto. As tecnologias e novas mídias permitem conectar tudo e todos, elas amplificam vozes. As pessoas não são mais ativistas de sofá, elas querem fazer algo e fazem em alguns cliques. Hoje todos somos protagonistas da mudança que queremos ver no mundo. Colocamos ideias em ação prática, nos conectamos com pessoas e organizações e promovemos transformação positiva.

AcontecendoAqui – No SGB Lab, laboratório com inscrições abertas, vocês falam muito sobre empreender com propósito. O Empreendedorismo Social pode ser considerada uma opção de carreira?

Bruna Pires – Sim. O empreendedorismo social é uma opção de carreira para todos aqueles que desejam unir seu comportamento inovador e a vontade de realizar coisas ao desejo de gerar impacto social positivo. 
O empreendedor social pode ou não visar lucro. Ele foca seus esforços em soluções inovadoras e escaláveis que ofereçam caminhos sustentáveis para vencer a pobreza, melhorar a educação, saúde, segurança e enfrentar outros grandes problemas globais. 
Pessoas com vontade de fazer a sua parte pela mudança que acreditam podem se inscrever até o dia 3 de abril. Temos um vídeo que dá para conhecer um pouco do que o Lab.

AcontecendoAqui – O que está previsto para o próximo seminário do SGB? Será mais uma vez em Florianópolis?

Bruna Pires – Será mais uma vez em Florianópolis, pois um dos nossos dos objetivos é fortalecer a capital como polo de inovação. O evento vai acontecer no início de novembro e promete novos formatos para 2016. Vamos promover mais conexão entre os participantes, estamos estudando formatos mais dinâmicos para trazer novidades também ao palco. Optamos por inovar também no local e mudamos o ponto de encontro para o Centro de Inovação da Acate. Para quem ainda não conhece, o CIA é também a casa do SGB, um ambiente horizontal que propõe a promoção de negócios e a troca de ideias entre profissionais e empresas.

AcontecendoAqui – Deixe uma dica para quem deseja usar o poder da comunicação para impactar positivamente os seus públicos.

Bruna Pires – No SGB buscamos uma conversa aberta com as pessoas. Ouvimos muito a nossa rede. Todo e qualquer comentário é válido pra nós. A gente não só ouve, como busca entender o que as pessoas estão nos falando, o que elas estão buscando. E a partir dessas conversas formatamos nossos novos projetos. E isso é maravilhoso! 
Minha dica é que todos estabeleçam uma relação verdadeira nas redes sociais e fora delas, que promovam a participação do público e estimulem também mudanças positivas. 🙂

Fotos:  Ana Paula Santos

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