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Nova Reforma Ortográfica em andamento
19 de Agosto de 2014

Nova Reforma Ortográfica em andamento

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 19 de Agosto de 2014 | Atualizado 03 de Dezembro de 2021

Parece brincadeira, mas nem bem assimilamos a última reforma ortográfica e o senado brasileiro começa a discutir uma nova mudança.

A proposta, com certeza, provocará inúmeras polêmicas e fará com que tenhamos que assumir posições em relação ao que está sendo proposto.

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As mudanças propostas eliminam o “H” no início das palavras (omem, umor), “G” fica com som de “GUE” (gerra, gitarra), o “CH” seria substituído por “X” (xá, flexa), o “S” com som de “Z” vira “Z” (aza, brazília), o “X” com som de “Z” vira “Z” (ezame, executar),  o “C” antes de “E” e “I” vira “S” (sensura, sidade), o “SS” vira “S” (geso, fosa), “SC” antes de “E” e “I” vira “S” (creser, nasimento) e “XC” com som de “S” vira “S” (eseto, esêntrico). A fonte dessa informação é o Jornal de Santa Catarina.

Na mesma reportagem a declaração da Profª Dorotea Kersch, Doutora em Filologia romântica, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) deixa claro seu posicionamento. “Não existe língua fácil ou difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolveremos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática”. Perfeito!

Uma das coisas que mais me angustia no Brasil de hoje é a forma, sistemática, de nivelarmos por baixo. Está difícil, facilita; está complicado, descomplica; está atrasado, justifica. Este modelo de nivelar por baixo é muito comum em países autoritários e, vi isso de perto em Cuba, quando lá vivi.

A língua tem história, foi construída ao longo de séculos, vivenciada por gerações e modificada lentamente, incorporando novos termos ao longo de sua caminhada. Agora pretendemos, de maneira absolutamente autoritária, fazermos modificações para beneficiarmos aqueles que, ou não querem ou não tiveram acesso à Educação de qualidade. Àqueles que não querem, lembro que é fruto de uma decisão pessoal; àqueles que não tiveram acesso a Educação de qualidade, lembro que é por omissão destes mesmos senhores que agora se propõe a facilitar a forma como se escreve.

Ao posicionar-me contra a reforma ortográfica de ocasião quero fazer uma homenagem ao Prof. Osvaldo Arns, meu professor de português no Colégio Bom Jesus em Curitiba (da 4ª série do ginásio ao 3º ano do científico), pois me ensinou a gostar de ler, de escrever e entender que a primeira qualidade de qualquer um de nós, é saber expressar-se através do idioma pátrio.

Será por coisas como essas que vemos todos os dias nosso idioma ser assassinado em todos os veículos de comunicação pelos quais transitamos. Caberá a cada um de nós fazer sua análise e não deixar de pressionar nossos senadores para que tenham bom senso. Boa leitura!

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