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Mídia Sul 2017 | Fernando Morgado: “O digital tem reforçado a posição de protagonismo do rádio e da TV”
21 de Setembro de 2017

Mídia Sul 2017 | Fernando Morgado: “O digital tem reforçado a posição de protagonismo do rádio e da TV”

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Para Fernando Morgado, falar em TV, rádio e internet nunca é “ou”, é sempre “e”. Ou seja, sempre é mais, é soma. Em sua palestra sobre o protagonismo do rádio e TV no Mídia Sul 2017 ele destacou com estudos e pesquisas que o ambiente digital tem reforçado essa posição dos veículos mais antigos e convencionais. Hoje a audiência assiste TV, ouve rádio e também usa o celular, e muitas vezes o público que consome TV e rádio via mobile se traduz em uma audiência nova para esses veículos.

Os dados colhidos por Morgado mostram que 89% dos brasileiros ouvem rádio por pelo menos um minuto diariamente e que 97% dos domicílios brasileiros têm TV. “São as duas únicas mídias que podemos chamar de universais. 58% dos domicílios têm internet, que ainda vai crescer, mas ainda não chegou no patamar do rádio e da televisão. E mesmo com o crescimento do digital, não quer dizer que rádio e TV serão substituídos”, considera.

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O que acontece atualmente, segundo ele, é que muitos dados são coletados e interpretados de maneira equivocada, passando a falsa noção de que rádio e TV não têm futuro ante o crescimento da internet e do consumo de informação em dispositivos móveis. “Trabalhei muitos anos na área de inteligência de mercado. Sei como essas coisas funcionam. Muita gente se vale de informações pela metade”, justificou,

Autor de vários livros sobre rádio e TV, o jornalista e pesquisador levou diversos números ao conhecimento do público para demonstrar o que considera o melhor momento destas duas mídias no Brasil e no mundo. “Temos tudo para viver uma nova era de ouro no rádio, que é conteúdo sonoro que pode ser transmitido para qualquer lugar. E a TV já vive a sua era de ouro, é a melhor fase de todos os tempos e justamente a que a TV mais tem concorrência. A TV está num processo de renovação e um dos grandes sinais acontece durante as manhãs no Brasil, principalmente”. Ele apontou que a programação da TV hoje está mais local, mais ao vivo e mais conectada. “Isso tem um valor enorme. Nunca se produziu tanta série boa, por exemplo. E quanto mais ao vivo você faz, mais engajamento nas redes sociais consegue”, ilustrou. Um excelente exemplo no Brasil de audiência complementar entre internet e TV convencional é o programa Master Chef, que têm inclusive a audiência ampliada pela web.

Redes sociais 

Segundo os dados apresentados por Morgado, 41% dos que acessam o Twitter usam a rede social para falar dos seus programas favoritos, e 60% têm interesse em programas de TV. E um em cada três usuários diz que assistiu um programa na TV convencional pela conversa nas redes socias. A pesquisa que ele apresentou foi feita no Reino Unido, mas sua importância reside no fato de que lá a banda larga atingiu um crescimento que o Brasil só vai alcançar daqui a cinco ou seis anos, segundo o palestrante – justameste quando previsões equivocadas, segundo ele, dão conta de que a TV e o rádio vão perder espaço. “Esse futuro que apontam como aterrador já chegou em vários países do mundo, mas a TV e o rádio não acabaram neles. Pelo contrário. Nossa vida nunca foi tão pautada pelos veículos de comunicação como agora, porque eles nunca estiveram tão perto da gente como atualmente. Hoje não existe mais uma área de produção de TV e rádio sem um WhatsApp ativo”, exemplificou.

Morgado mostrou dois gráficos que cruzam informações de consumo de rádio e TV pela via convencional e pela internet no Brasil e a conclusão que eles oferecem é que a audiência em ambas as plataformas (convencional e web) é complementar. “Não é porque o consumo no celular cresce que as pessoas estão trocando o meio convencional por outro. O digital facilitou muita coisa na nossa vida, mas em consumo de informação complicou, porque não estamos substituindo nada, estamos somando”, considera o pesquisador.

Com relação ao rádio, Morgado lembrou que as emissoras AM estão migrando para o FM no Brasil e que em algumas regiões, como no Rio de Janeiro, está sendo criada a FM estendida. “A FM vai dobrar de tamanho nos próximos anos. Rádios AM que hoje são praticamente inaudíveis vão ganhar novo fôlego e nova possibilidade de receber investimentos”, prevê. Para ele, a grande questão hoje nessa união de mídias é a medição de audiência. Neste sentido, está chegando ao Brasil um aplicativo que vai solucionar isso. O nextradio tem um grande diferencial para uma realidade como a brasileira: o sistema é híbrido e transmite o sinal de rádio no celular ou outro equipamento mobile tanto pela internet quanto pelas ondas de antena. “E oferece uma infinidade de dados para as emissoras, pois consegue medir a audiência em tempo real, o que permite que a relação com os anunciantes para o mercado publicitário seja ainda mais profissional. É uma tecnologia que oferece audiência em tempo real”, explicou.

Quem é Fernando Morgado | Escritor/Pesquisador

Pesquisador, jornalista e escritor, Fernando Morgado é autor de diversos livros sobre rádio e TV, sendo o mais recente a biografia não autorizada “Silvio Santos – A Trajetória do Mito”. É Mestre em Gestão da Economia Criativa e integra o Núcleo de Estudos de Rádio (NER), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele falou da força do rádio e da TV aberta. A partir de dados e casos, apresentou o protagonismo da radiodifusão também nas plataformas digitais em termos de conteúdo e comerciais, ampliando a experiência da audiência e a entrega para os anunciantes.

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