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Estudo revela que Brasil é o que mais chama a atenção pelas fake news
12 de Março de 2020

Estudo revela que Brasil é o que mais chama a atenção pelas fake news

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Qual o impacto das fake news no ambiente de trabalho? E como identificá-las? Questões como essa, assim como tendências que impactam o campo da comunicação estratégica das organizações, foram abordadas em um minucioso trabalho de pesquisa realizada com profissionais da área. O relatório especial produzido pela Aberje, lançado no Brasil, traz o recorte sobre como o brasileiro, que representa 25% da amostra obtida na edição LCM – Latin American Communication Monitor 2018-2019, vem lidando com os desafios do universo corporativo.  

Os dados deste estudo contribuem para a construção de um panorama comunicacional brasileiro, que inclui desde aspectos contemporâneos, de tendências e estratégias, até questões culturais, de liderança e de confiança. Lidar com a velocidade e o volume do fluxo de informação, acompanhar a evolução digital e a web social e lidar com a demanda de maior transparência e públicos mais ativos são, de acordo com a pesquisa, os principais temas a serem explorados nos próximos três anos.

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Fake News

A maioria dos entrevistados na pesquisa exerce cargo de liderança e trabalha em agências de comunicação ou empresas estatais. As mídias sociais são citadas por 60% dos comunicadores como as principais fontes das notícias falsas. Já em 28% das publicações, foram os meios de comunicação de massa que divulgaram as notícias falsas. Essas notícias estavam relacionadas aos produtos e/ou serviços em 35% dos casos, às pessoas da organização em 33%, e às organizações e/ou marcas em 28%. Dos 81% que têm acompanhado o debate acerca do assunto, 31% não julgam o tema como relevante em seu trabalho diário.

Tem-se que 76% dos comunicadores acredita que a esfera pública brasileira é influenciada por fake news. O curioso é que 51% dos entrevistados afirma que as notícias falsas não são relevantes em seu trabalho diário de comunicação (entre neutro e discordo totalmente). Nesse ponto, a pesquisadora da equipe LCM Brasil Patrícia Pérsigo, analisa o fenômeno em grande medida influenciando a esfera pública, “porém, no dia a dia da comunicação empresarial, apenas 49% o apontam como um tema relevante”. Nesse mesmo sentido, prossegue, dados da Pesquisa Aberje sobre fake news, divulgada em 2018, apontam que 67% das organizações ouvidas na época não consideravam as notícias falsas um tema estratégico, ao passo que 85% estavam preocupadas com o fenômeno.

Por outro lado, 19% dos profissionais afirma estar implantando diretrizes e rotinas formais para combatê-las, assim como outros 13% argumentam estar desenvolvendo planos específicos para tratar da questão, e 7% assinalam ter instalado sistemas e tecnologias específicas para tal. “Percebe-se aqui que 39% dos comunicadores atuam de alguma forma na antecipação à ocorrência das fake news, e, na ponta contrária, tem-se 11% alegando não ter necessidade de desenvolvimento de qualquer ação nesse sentido”, compara Patrícia.

 

Brasil: um terço das organizações afetadas

Ao fazer uma análise comparativa dos dados apontados pela pesquisa, o diretor-presidente da Aberje, Paulo Nassar, ressalta que os dados referentes ao Brasil estão abaixo da média da região, mas muito próximos aos dos países do Cone Sul (Uruguai, Argentina e Chile).  Por aqui, 33,3% das organizações foram afetadas por fake news, contra 41% de média para a região. 

O Brasil é também o país onde mais se discute o tema (68%) e o terceiro onde o assunto mais influencia a esfera pública (77%). Como os pesquisadores apontam essa percepção mais aguçada ao tópico é comum aos países onde houve eleições no ano de 2018 (Brasil, México e República Dominicana), mas o caso brasileiro é particular em dois sentidos: primeiro, porque dentre esses países, é aquele no qual as organizações são as menos afetadas (33%, contra 40,4% no México e 66% na República Dominicana) e segundo, porque os indicadores de percepção da importância do tema são consideravelmente mais altos (70% dos profissionais no México e 68% na República Dominicana afirmaram ter prestado atenção no debate, contra 82% no Brasil). 

 

 

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