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Coluna Ozinil Martins | Que tal um pouco de coerência!
10 de Abril de 2017

Coluna Ozinil Martins | Que tal um pouco de coerência!

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 10 de Abril de 2017 | Atualizado 10 de Abril de 2017

Tenho acompanhado com algum cuidado as mudanças que ocorreram e ocorrem no quadro político. Elas mostram o nível de flexibilidade que norteia nossos políticos e a falta de programas partidários efetivos e norteadores da ação partidária. Afinal, parece que não temos nem programa de partidos nem partidos, tamanha a facilidade com que mudam de posição. O que era bom quando um partido estava no governo, agora passa a ser um completo despautério. Haja coerência!

A última discussão que acompanhei com olhos e ouvidos atentos foi sobre o “Ciência Sem Fronteira.” Programa governamental que enviou milhares de estudantes de graduação ao exterior com o propósito de qualificá-los e com a expectativa de que, quando voltassem, fossem o início de uma era de implantações e inovações, que ajudariam o desenvolvimento do país.

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O que aconteceu realmente? Estudantes despreparados, sem o domínio do segundo idioma, sem o compromisso de cumprir com a programação estabelecida por seus anfitriões e, sem comprometimento com as metas estabelecidas. Além de tudo isso um detalhe importante: a concentração de estudantes ocorria em Portugal pela facilidade do idioma. Óbvio que o programa, que deveria ser o incentivador de inovações na área da Ciência e Tecnologia, transformou-se em um rotundo fracasso, inclusive com o atraso dos pagamentos dos valores para que os estudantes quitassem suas estadias causando até dificuldade de retorno aos estudantes que estavam no exterior.

Vendo a TV Senado (sim, às vezes acompanho) vi e ouvi os Senadores Vanessa Grazziottin e Humberto Costa desandarem a fazer críticas pelo fato do governo atual ter cancelado definitivamente o programa. Como cidadão, que tem seu dinheiro impositivamente recolhido pelo Estado, aplaudo a atitude do governo. Enquanto faltar dinheiro para as necessidades básicas da população me nego a ser “contribuinte” de dinheiro para programas fracassados.

Por outro lado, quando a discussão pende para o lado da reforma da previdência o partido que a defendia, até pouco tempo atrás, passa a qualificá-la como ação espoliadora do governo atual. Alguns argumentos, absolutamente, risíveis; outros insustentáveis à luz da mínima argumentação. Triste ver o parlamento que deveria ser a casa onde os debates se processariam no campo das ideias, subverter-se em campo de discussões pessoais e de interesses mesquinhos, que, em momento algum, colocam o país como prioridade em suas discussões.

Quando suas excelências dedicarão seu tempo e intelecto para responder a questões que têm o parlamento como fórum adequado? Alguns exemplos: Como se pretende qualificar as pessoas para o novo mercado de trabalho? Qual o rumo estratégico que será traçado para o país no campo da economia? Que processos serão adotados para atender as necessidades da população idosa, já que o país envelhece rapidamente e, segundo o IBGE seremos 50 milhões em 2050? Novamente, pelo que se percebe, só tratar-se-á dos problemas quando já estiverem instalados. Infelizmente!

 

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