Cientistas das Universidades de Cambridge, no Reino Unido, e Yale e George Mason, nos Estados Unidos, sugeriram uma “vacina” para imunizar as pessoas contra notícias falsas. De acordo com os pesquisadores, expor as pessoas “de forma preventiva” à pequenas quantidades de informações erradas pode ajudar a evitar que elas confundam boatos com a verdade. De acordo com o chefe do estudo, o psicólogo Sander van der Linden, do Laboratório de Tomada de Decisões Sociais da Universidade de Cambridge, a desinformação pode ser espalhada e multiplicada como um vírus. “A ideia é oferecer um repertório cognitivo que ajude a construir uma resistência à desinformação para que, da próxima vez, ao ser exposta à notícia falsa, a pessoa esteja menos suscetível”, acrescentou.
Segundo o Portal Imprensa, os cientistas utilizaram técnicas da psicologia cognitiva, que relaciona e associa o processamento humano e animal da informação com processos eletrônicos. Nos testes, as reações das pessoas às notícias de consenso geral sobre a mudança climática foram comparadas com a campanha que divulgou ideias falsas sobre o tema. No momento em que as informações foram mostradas em oposição, as notícias falsas se sobressaíram às verdadeiras e as pessoas voltaram a ter a opinião que tinham antes do início do estudo. Depois, os pesquisadores acrescentaram pequenos alertas que colocavam em dúvida a credibilidade da informação falsa, o que ajudou a manter a opinião das pessoas mais próxima da notícia verídica.
Em uma outra fase da pesquisa, os grupos receberam as chamadas “vacinas”, uma delas, descrita como inoculação geral, foi aplicada com o alerta de que “alguns grupos com motivação política usam táticas que induzem ao erro para tentar convencer o público que há muita discordância entre os cientistas”. Outra vacina, denominada de inoculação detalhada, acrescentou informações sobre a petição do Oregon, destacando que alguns dos signatários foram inventados, como Charles Darwin e a extinta banda Spice Girls, e que muitos não possuíam formação em estudos do clima.
De acordo com o site, a partir do experimento, os pesquisadores perceberam que as pessoas “vacinadas” não foram impactadas com a notícia falsa. Segundo os cientistas, o estudo aponta que as técnicas de inoculação psicológica podem também ser usadas para promover o consenso científico.