A Jendayi Cosméticos divulgou em sua página no Facebook um ensaio sobre a tragédia de Brumadinho (MG) com os slogans “Isso não pode ficar assim”, “Clama” e “A dor também é nossa”.
Com o clique do fotógrafo Jorge Beirigo, atores cobertos de lama foram convidados a “interpretar” as vítimas da tragédia. Veja algumas imagens:
Segundo a Jendayi, “o objetivo da campanha é mostrar que existe uma marca de cosméticos que se preocupa com a beleza, a beleza da vida”.
Em questão de horas a campanha recebeu duras críticas.
As fotos foram tiradas da página da empresa de cosméticos. Ainda não foi publicado um pedido de desculpas.
Sobre a ilicitude. Segundo o art. 19 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, que é uma espécie de Código de Ética da publicidade,
“Toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, às instituições e símbolos nacionais, às autoridades constituídas e ao núcleo familiar.”
Ao se aproveitar de um momento de comoção mundial, a Jendayi Cosméticos, acabou por proporcionar um momento constrangedor, de falta de empatia com o sofrimento das famílias, amigos e do povo brasileiro.
Talvez tenha havido violação ao Código, por desrespeito à dignidade humana e ao interesse social. Porém, como houve a retirada das fotos, não haverá apreciação pelo CONAR.
Houve, ainda, um outro problema. Se a pretensão era de que os atores interpretassem as vítimas, sinto informar, mas até o fechamento deste artigo o Corpo de Bombeiros já contabilizava 65 mortos!