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Coluna Ozinil Martins | Você investiria no Brasil?
26 de Junho de 2019

Coluna Ozinil Martins | Você investiria no Brasil?

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Por Prof. Ozinil Martins de Souza 26 de Junho de 2019 | Atualizado 26 de Junho de 2019

Se você fosse um investidor estrangeiro, com dinheiro disponível para aplicar em atividades produtivas e estivesse à procura de um país com potencial de futuro para aplicar, você aplicaria no Brasil? Ao consultar seus assessores você ouviria alguns argumentos favoráveis e outros nem tanto. Decisões recentes da justiça e de administradores públicos, em suas instâncias, mostram a incerteza que é investir em um país sem segurança jurídica. Você com certeza não se recorda de uma poderosa rede de supermercados chamada Paes Mendonça; a rede importou, em 1986, 64 mil garrafas de uísque escocês e em plena viagem para o Brasil o imposto foi aumentado de 90% para 240%. A rede ingressou na justiça questionando a medida e, após 33 anos recebeu, finalmente, seu lote de produtos comprados. Os beneficiários serão os antigos donos; a rede já não existe mais. Recentemente, a prefeitura de São Paulo decidiu legislar sobre o trânsito das patinetes que se espalharam pelo país. Definiu que, quem não tem CNH, deverá fazer um exame para verificar os conhecimentos de trânsito do usuário e, pior, responsabilizou as empresas, proprietárias das patinetes, pela cobertura de danos em eventuais acidentes. Em um país cuja infraestrutura é precária, os impostos escorchantes, a devolutiva dos impostos insignificante, a educação não fornece profissionais com a qualidade desejada, a Justiça Trabalhista tem profunda visão paternalista, o capital é visto com rancor ideológico e o STF legisla, despudoradamente, em ações em que alega omissão do legislativo é fácil entender que os assessores respondam negativamente à pergunta do investidor. Ao povo sobra o desemprego! Fácil de entender!

Ciclo que se repete!

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Em breve começarão as campanhas eleitorais visando à troca ou manutenção dos executivos e legislativos municipais. O ciclo que se estabelecerá é de há muito conhecido. Políticos se elegerão sem programa de governo e com promessas demagógicas que, de antemão, sabe-se não serão cumpridas. A você, cidadão consciente, caberá lembrar aos postulantes a cargos eletivos que, a taxa de fecundidade do país é decrescente, há uma expectativa crescente no aumento de vida, os déficits governamentais em todos os níveis são crescentes, as exigências no mercado de trabalho aumentam enquanto o nível educacional dos postulantes diminui, as mudanças tecnológicas impõem necessidades que não são atendidas pelos órgãos públicos, o meio ambiente exige ações rápidas e precisas e há reformas que devem ser implantadas com urgência no sentido de reorientar o papel do serviço público. Como já preconizava Maquiavel em seu livro O Príncipe, “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante (Líder) é olhar para os homens que tem à sua volta.” Sim, para os eleitores é importante conhecer quais serão os componentes da equipe que vai governar o munícipio por 4 anos, pois só assim se saberá se o programa de governo será cumprido. Tempos de mudanças exigirão eleitores mais conscientes do que nunca e, políticos honestos e comprometidos.

A luta insana entre o velho e o novo!

Sim! Há uma luta insana sendo travada no Brasil entre o velho e o novo; apesar da renovação por que passou o congresso parece que alguns dos “novos” parlamentares já foram contaminados pela velha política do “toma lá, dá cá”. Impressiona como os interesses pessoais se sobrepõem ao coletivo. O Presidente Bolsonaro elegeu-se com um discurso claro, com algumas (poucas, é verdade) propostas muito bem definidas; uma delas a de permitir as pessoas que, para defender-se da criminalidade crescente, pudessem ter em suas casas armas de fogo. Pois bem, esta semana o senado revogou o decretado editado pelo presidente, esquecendo-se de que isso fora proposto pelo candidato e endossado pelo eleitorado. Ir contra os anseios da população, em sua maioria, parece ser uma das consequências da velha política, que coloca os objetivos pessoais dos parlamentares acima daquilo que é esperado pela população. As emendas parlamentares, que se tornaram impositivas, podem ser classificadas como uma excrescência, pois para permitir ao deputado ou senador fazer média com seus cabos eleitorais, impede-se a realização da revisão do pacto federativo, esta sim, uma medida de interesse crucial para Estados e municípios. Mas, suas excelências preferem alimentar, vez por outra, os pires de governadores e prefeitos, com alguns caraminguás que só mostram a pobreza de nossa política de país periférico. Enfim, segue-se vivendo! Até quando não se sabe por que o castelo é frágil e a situação começa a ficar insustentável!

 

Foto:divulgação/AA
 

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