Os países europeus foram os colonizadores dos continentes descobertos. França, Espanha, Portugal, Holanda, Alemanha, Itália, Bélgica foram responsáveis pelo processo de domínio das colônias que eram, essencialmente, fornecedoras de matérias primas e gente para a realização de trabalhos em benefício dos colonizadores. Isto aconteceu nas Américas, na África e na Ásia. Atualmente muitos países carregam o peso de terem sido submetidos aos métodos civilizatórios de seus colonizadores sem levar em consideração as peculiaridades locais; assim foram criadas fronteiras aleatórias que não atendiam as necessidades existentes. Hutus e Tutsis, que hoje formam Ruanda, foram unidos sob a mesma bandeira pelo país colonizador – Bélgica; os Tutsis representavam 10% da população e foram designados para serem os governantes de Ruanda. Conclusão: mais de 1 milhão de mortos na guerra racial do país na década de 90. Isto aconteceu em toda a África e no Oriente Médio com a criação de fronteiras artificiais criando países sem respeitar as etnias. Hoje a forma para implantar o neocolonialismo é pela diplomacia e poder econômico. A Amazônia é só a pedra de toque para restrições comerciais ao competitivo agronegócio brasileiro. Medidas sanitárias, alegações de destruição do meio ambiente e interesses comerciais são argumentações que ajudam a manter a subjugação de países que tentam desenvolver-se e alçar-se à condição de país desenvolvido. Claro que não defendo a destruição do meio ambiente, mas é importante ficar atento ao que acontece entre países e os interesses subjacentes.
É possível confiar nas Instituições brasileiras?
Recentemente no programa Roda Viva da TV Cultura o jornalista José Nêumanne Pinto ao responder pergunta sobre se confiava no Supremo Tribunal Federal respondeu categoricamente com um não. O jornalista está carregado de razão! No impeachment da Srª Dilma Rousseff o condutor do processo, lá pelas tantas, cria a figura do perde o mandato, mas não perde os direitos políticos; recentemente processo já julgado em duas instâncias, segundo interpretação da 2ª Turma do STF, não respeitou o regramento do processo, o que não consta em nenhuma lei e, o Sr. Aldemir Bendine teve seu processo anulado, abrindo a possibilidade de anulação para mais de 140 condenados pedirem o cancelamento de suas penas, praticamente, acabando com tudo que a operação Lava-Jato fez até agora. Criar análises à revelia da lei é casuísmo e só serve para desacreditar as instituições que deveriam ser as fiadoras da honestidade e integridade do país. Se o olhar for para o Congresso Nacional, onde temos deputados que, à noite, são recolhidos a presídios para cumprir pena, é possível entender por que a aprovação de mudanças na lei penal é tão difícil. Semana passada o Ministro Fachin encaminhou para análise do plenário do STF o pedido da defesa de Lula, que pede a anulação do seu processo. Será que agora vai? Imaginem investidores estrangeiros que querem investir no país ao tomarem conhecimento da insegurança jurídica que nos orienta; você investiria seu dinheiro em um país sem credibilidade e segurança jurídica?
Estimativa da População 2019!
O IBGE divulgou recentemente a Estimativa da População 2019. Em visita à agência do IBGE, em Florianópolis, fui gentilmente atendido e recebi todos os dados que compõem o trabalho realizado de forma brilhante. Como professor de Geografia precisava dos dados completos para poder analisar para onde caminha o Brasil e Santa Catarina em especial. A partir destas informações aproveitarei o espaço para divulgar alguns dados aos leitores desta coluna. Santa Catarina tem 295 municípios, sendo que os cinco mais populosos são: Joinville (590.466), Florianópolis (500.973), Blumenau (357.199), São José (245.586) e Chapecó (220.367); os cinco menos populosos são: Santiago do Sul (1.260), Lajeado Grande (1.427), Paial (1.505), Jardinópolis (1.570) e Flor do Sertão (1.582). Santa Catarina tem entre seus municípios o total de 104 municípios com menos de 5 mil habitantes. Olhando sob a ótica da gestão são municípios que dependem (com exceções), basicamente, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para pagarem suas contas básicas. O estudo que foi feito pelo Tribunal de Contas do estado mostra isso claramente. Há estudos que defendem a volta destes municípios ao “status” anterior. Enquanto prevalecer a visão política ao invés da gestão pública esta realidade continuará a existir. Na próxima coluna comentarei o crescimento da população acima da média nacional e o fenômeno da “litoralização”.