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Coluna Fabrício Wolff | Precisamos de muitas aulas
19 de Junho de 2017

Coluna Fabrício Wolff | Precisamos de muitas aulas

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Por Fabrício Wolff 19 de Junho de 2017 | Atualizado 19 de Junho de 2017

Chega a ser irritante o número de erros de português que vemos nas placas, mensagens e até mesmo em jornais. São os mais variados e toscos possíveis. Do “encomoda” (a escrita correta deve incomodar) ao “a partir” grafado de forma errada junto (apartir) ou com crase (à partir). Do “mais” quando o correto é “mas”, ao inverso. Crase e vírgula, são poucos os que sabem utilizar corretamente. O “há” do verbo haver (com “h”, sentido de fez, existir) derruba muita gente, verdadeiro strike. Há também os ditos escritores que não conseguem achar um ponto final. Vão emendando frases e mensagens, uma na outra através de vírgulas intermináveis. Além do mau uso da língua portuguesa, também comunicam mal. Cometer um ou outro escorregão, até faz parte. Viver com a bunda no chão, não.

A culpa, não há dúvida, é de uma base fraquíssima no ensino da língua, na escola. Queremos que nossas crianças e jovens aprendam outras línguas (o que é muito importante), mas elas mal sabem a língua do próprio país. Se é assim neste Brasilzão sem porteiras, onde pessoas graduadas colocam, ao falar, o “mim” na frente do verbo (“pra mim fazer”, “pra mim comer”, “pra mim mandar”) esta desculpa não cabe àqueles que decidiram trabalhar com a palavra. Ah!… E não existe, de maneira nenhuma, “maiores informações”. Uma informação não se mede, não é maior do que a outra. O correto é “mais informações”. Erro básico inclusive em sites e anúncios de rádio e jornal, é preciso enxergar que tendo mais informações a pessoa estará melhor e mais informada, nunca maior informada.

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Sempre dizia aos meus alunos na faculdade que, embora todos devessem conhecer pelo menos a língua de seu país ao falar e escrever, os que definem fazer da palavra o seu ganha-pão devem fazê-lo com maestria, sem erros. É o caso específico do jornalista, do publicitário e das profissões onde a palavra é ferramenta de trabalho. Para esses, o erro não é perdoável. São arquitetos da palavra. Seus erros derrubam a casa. Derrubam a arte que é saber escrever, utilizar a língua para se comunicar com eficiência.

Se para esses profissionais é obrigação básica, afinal foram eles que escolheram enveredar pelo caminho da escrita, para os demais é muito importante. Escrever e falar bem é um cartão de visita. Quem não o faz direito, não se comunica bem. E a boa comunicação é fundamental. No mundo empresarial, abre ou fecha portas de maneira impressionante. Na vida pessoal, conquista pessoas, evita mal entendidos, faz com sejamos admirados (ou não) pela postura ao falar e escrever. Comunicação é atitude. O texto fala por você. Faz com que criem uma imagem de você. Tão importante quanto ter conteúdo, é ter a capacidade de expô-lo no seu dia a dia.

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