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Coluna Fabrício Wolff | O pulo do gato político
18 de Outubro de 2017

Coluna Fabrício Wolff | O pulo do gato político

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Por Fabrício Wolff 18 de Outubro de 2017 | Atualizado 18 de Outubro de 2017

Uma das dificuldades para comunicar, é quando o profissional da área trabalha para entes públicos. Este tipo de trabalho já vem com uma carga natural de vender a imagem de um órgão (ou alguém) ligado à política. E com a imagem que o poder público em geral e a imensa maioria dos políticos conseguiram criar para sua classe, vender qualquer ideia positiva neste sentido já é um enorme desafio.

Além dos colegas de imprensa olharem com desconfiança qualquer trabalho em prol da imagem dos políticos, a opinião pública – bastante influenciada pela própria mídia – também não aceita com bons olhos notícias positivas deste político ou daquele órgão público que tem cara política. Assim, conseguir  mostrar “o lado bom das coisas” nesta seara é quase um milagre.

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Não fosse só isto, quando se trata do poder público tem, ainda, a marcação cerrada dos órgãos fiscalizadores dos gastos públicos. A legislação diz que o poder público deve informar com transparência sobre suas ações, mas a forma como isto comumente é feito deixa margem a interpretações de propaganda de governo com interesses políticos eleitorais. Se já era difícil estabelecer uma relação positiva junto à mídia e ao público, o cumprimento estrito da lei torna o trabalho de divulgação das coisas públicas ainda mais difícil.

Diante deste quadro nada favorável para jornalistas e publicitários que atuam em prol dos poderes públicos e dos políticos, a campanha publicitária da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina de destaca pela lisura legal e imparcialidade política. As peças publicitárias inseridas na tevê, por exemplo, são informativas e conseguem se manter ao largo da questão política. Basicamente são informações de utilidade pública (o que mantém a lisura legal), mas que vendem bem o trabalho do poder legislativo.

Tudo bem que nem toda a ideia que vira projeto na Alesc merece aplausos. Algumas são bem fraquinhas como projeto de lei. Mas de forma geral, a divulgação proposta pela agência de publicidade que efetua este serviço específico não só se apega à legalidade evitando dissabores futuros para o cliente, mas informa de maneira não política os feitos dos deputados, sem nominá-los. Assim, agrega positivamente para a instituição legislativa e não encontra resistência do público telespectador-eleitor. Ao mesmo tempo em que, subliminarmente, vende a ideia de deputados que trabalham em prol de Santa Catarina.   

Muitas vezes, nesta seara, não inventar muito é o que dá certo.

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