Publicidade
Coluna Fabrício Wolff | 2019: O ano neanderthal
20 de Novembro de 2019

Coluna Fabrício Wolff | 2019: O ano neanderthal

Publicidade
Twitter Whatsapp Facebook
Por Fabrício Wolff 20 de Novembro de 2019 | Atualizado 20 de Novembro de 2019

O ano acaba como começou. Com o país dividido entre azuis e vermelhos. Pior: com o país dividido. Desde a campanha eleitoral presidencial, no ano passado, vê-se uma bipolarização política no Brasil. Uma verdadeira guerra entre o que se convencionou rotular de esquerda e direita é o que dita o ritmo da política nacional. Existe radicalismo de lado a lado e um grande barulho facilmente observado nas redes sociais – o que não quer dizer que esta guerra chegue às pessoas comuns.

É verdade que o atual momento brasileiro rasga uma cartilha de conceitos, como aquele que define que política é “a arte de administrar os contrários”. O que vemos atualmente é ataques de lado a lado e nenhuma habilidade ou vontade de administrar contrariedades ou posições divergentes. Intelectualmente, podemos dizer que chegamos ao momento neanderthal da política brasileira. Mais fácil um tacape na cabeça do que a possibilidade de dialogar.

Publicidade

Para quem sempre acreditou que a civilização se baseia no seu auto- aperfeiçoamento e que a civilidade é a tônica da evolução, o momento é díspar. Pessoas de bom senso se encontram atônitas ao acompanhar esta guerra insana de dois lados antagônicos que, à medida que as batalhas vão se sucedendo, ficam mais extremistas, a ponto de brigar até mesmo dentro de idêntico espectro ideológico. A pergunta que todos – os sensatos, claro – se fazem é onde isso vai dar, como impactará em nosso país?

 

E o que isto tem a ver com comunicação?

Tudo. A habilidade das pessoas de um país de se comunicarem é proporcional à possibilidade de resolverem os seus conflitos. E o contrário também é verdadeiro. A falta desta habilidade, além de não ajudar, ainda gera mais conflitos. Enquanto isso, à margem das decisões provocadas pelos inábeis de um lado e de outro, a população é prejudicada pelo bombardeio nas redes sociais e na mídia, bem como pelo travamento do progresso do país.

Enquanto a oposição não entender que o revés da situação (do governo) é o revés do país com prejuízos para todas as pessoas – aquilo que costumam chamar de povo – continuaremos pobres de líderes oposicionistas. E enquanto o governo não entender que é governo e as pautas do país são mais importantes que as de campanha, continuaremos pobres de líderes governantes. Os dois lados comunicam a todos que não estão preocupados nem com o país, nem com as pessoas. Simples assim.

Publicidade
Publicidade