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Coluna Ana Lavratti: Souvenir de um sonho / Nosso cruzeiro pela Grécia
16 de Agosto de 2017

Coluna Ana Lavratti: Souvenir de um sonho / Nosso cruzeiro pela Grécia

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Por Ana Lavratti 16 de Agosto de 2017 | Atualizado 16 de Agosto de 2017

Viajar, pra mim, representa muito mais do que conhecer o mundo.

É a chance de conhecer a mim mesma.

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Descobrir se sou como estou – aqui e agora – ou se apenas reflito o meio, afastada de uma essência que só viria à tona em outro endereço.

Por isso, a priori, impeço a rotina de entrar na mala.

Celular, agenda, redes sociais… todos banidos, sumariamente, do compromisso que tenho comigo.

Família, marido, filha, ao contrário… todos bem-vindos, intimados a provar a três outro contexto de conexão… com a natureza, o verde, o vento, o que eventualmente vejo sem valorizar.

 

E assim voltamos à Europa, onde já estive em diferentes versões: como turista, estudante, jornalista e guia de brasileiros.

Com o meu marido não foi diferente. Depois de trabalhar por um ano na Alemanha, viajando com frequência para os extremos do Velho Mundo, sentia, como eu,

a sedução de um berço da civilização.

Pátria de Atenas, Apolo, Afrodite,

Zeus, Hércules e Poseidon.

Cenário de “Mamma Mia”, que é impossível não amar.

 

Das muitas opções disponíveis na Grécia… hotéis, resorts, aluguel de temporada… com transfer em carro, ferry ou excursão… preferimos conciliar conforto com liberdade, comida típica com alta gastronomia, ampla agenda de entretenimento com dolce far niente. Ou, em outras palavras, embarcar no Norwegian Spirit, sofisticado cruzeiro que a NCL oferece pelo Mar Mediterrâneo.

Com saída do porto de Roma, em Civitavecchia, levantamos âncora já colecionando memórias. Porque além do mais lindo mar à vista, tínhamos a bordo os mais agradáveis ambientes para desfrutar a prazo.

 

Não bastasse o êxtase de estar em Mykonos, Santorini, Rodes, Atenas e Chania (na Ilha de Creta),

a felicidade se prolongava mar adentro.

Restaurantes de luxo, como Windows e Garden, com deliciosa sequência de entradas, sobremesas e pratos principais.

Restaurantes opcionais, dedicados à gastronomia oriental, trattoria, steak e champanhe.

Buffet com surpresas diárias no cardápio e a melhor mesa de frutas secas que já vi em cruzeiros e resorts.

Academia e spa.

Piscinas e hidromassagens.

Bares, teatro e salão de festas.

Show de mágica, acrobacia, dança, canto lírico e tudo ao mesmo tempo agora, no grandioso e inesquecível “Elements” que reúne todo o elenco.

Recreação infantil, pista de corrida e espaço reservado pra introspecção.

 

Sensação de que cada dia dura 50 horas, tamanha a soma de fotos e os sintomas de satisfação a cada regresso ao quarto (onde um bichinho de pelúcia confeccionado com toalhas anunciava as promessas do dia seguinte).

Com 10 edições, contemplando cada dia de viagem, o jornal Freestyle Daily traz impresso, no idioma dos passageiros, um mix de programação a bordo, atrativos do próximo destino, oportunidades de compra – nas lojas e galeria de arte – e as informações imprescindíveis da vida al mare: o horário exato da aurora e do crepúsculo, pra ninguém perder o espetáculo protagonizado pelo sol.

 

Acostumados a terras estrangeiras e idiomas indecifráveis (eu fui sozinha pro Japão e meu marido pra República Tcheca), abdicamos das excursões oferecidas pela NCL – naturalmente inflacionadas, pela máxima comodidade que provêm – para desbravar os paraísos tal qual seu povo nativo, em meios de transporte públicos.

Em Mykonos amamos a escolha: a praia de Kalafati, onde o azul infinito do Mar Egeu compensa a aridez extrema das rochas de granito.

Na água gelada, ao contrário das colinas peladas, é outro universo que emerge: exuberante, com vida abundante e cores efervescentes.

O banho de sol sobre conchas em vez de areia – na praia recheada de pedras redondas que mais parecem lapidadas à mão -, de novo separa duas realidades.

De um lado, a vibração dos beach clubs, iates e jet skis.

… do outro burricos serenos, sedentos, cobiçando a sua maçã.

 

Batizada em tributo à filha preferida de Zeus, Atenas honra o status de Capital.

Cidade grande, horizontal, com marinas e cafés onde a vida hipnotiza.

E um mirante com história milenar, na mais famosa Acrópole do mundo.

Datando de 450 a.C., resistem ali, na colina a 150 metros do nível do mar, as ruínas do Partenon e do templo de Atena Nice (em grego Nike= vitória), para deleite dos visitantes de todas as crenças. 

 

Em Santorini, a fama que precede a cidade denota desde a chegada seus efeitos colaterais.

Equilibrada sobre larva enrijecida, com ruas claustrofóbicas e a estrutura turística distante do mar, tem acessos cansativos que nem o astral de férias consegue relevar.

Mas que é fotogênica, ninguém pode negar!

Deixando o navio, é possível subir a Thira com um teleférico,

ou começar pela vila mais charmosa, de Oia, cruzando a ilha com o ferry combinado ao ônibus de turismo que, de hora em hora, nos devolve ao ponto de partida.

 

Encrustada em um castelo medieval, Rodes nos incita a rodopiar… tontos com tanta beleza.

A pé mesmo, a partir do porto, é possível chegar a praias concorridas, abraçadas por resorts e cassinos, com a areia tomada por lounges pra locação.

A água, cristalina, revigora o corpo e restaura o espírito.

Para os dispostos a ir mais longe, a vila de Lindos faz do seu nome um eufemismo, pelos cenários muito, muito mais do que lindos.

Cansou do sol? A solução é voltar ao navio em câmera lenta, explorando as muralhas cravejadas de lojinhas, a variedade de souvenirs, os cafés sob a copa das árvores e a praticidade de um Pita Gyro (sanduíche tipo shawarma e kebab) cozido a cada esquina.

 

Com quase mil funcionários sempre solícitos aos 2.018 passageiros, duração de 10 dias e sete escalas, o Norwegian Spirit ancora ainda na Ilha de Creta – território grego que invade o continente asiático -, na República de Malta e no Sul da Itália: Em Nápolis, onde de ferry esticamos até Capri, e na Sicília, onde novamente de ferry exploramos a orla e o castelo da Reggio Calabria.

São tantas histórias e tanta emoção que me obrigo a resumir, pra leitura deste texto não roubar o tempo de quem já deveria estar prenotando a próxima viagem. Finalizo, assim, com dois destinos históricos.

Chania, nossa parada na Ilha de Creta, parece mesmo que parou no tempo. As charmosas butiques de joias e souvenirs, a infinidade de cafés – que eles batizam tavernas –, e as ruelas genuínas onde a antiga muralha se esconde e se revela logo acionam outras lembranças.

Dezenas de construções geminadas, abastecendo barcos, abrigando bares e armazéns, tornam o Porto Veneziano nostálgica réplica de Veneza.

Próximo dali, é o Mercado Público que nos impele a implorar por um “presente de grego”, pela variedade de azeitonas, óleos de oliva e outras especiarias. 

 

Historicamente disputada por fenícios, romanos, árabes, espanhóis, franceses e britânicos, a República de Malta só conquistou sua independência em 1964, e desde então a localização privilegiada, somada à facilidade de ter o inglês como co-idioma oficial, torna a pátria da Ordem de Malta (formada pelos lendários Cavaleiros das Cruzadas) o refúgio em que convergem jovens do mundo inteiro.

Como Rodes, na Grécia, a capital Valeta concentra 320 monumentos, compondo um panorama histórico de rara densidade, que ainda encontra páreo na beleza das praias, marinas e no waterfront dignos de “quero mais”.

 

Pelas experiências anteriores, de cruzeiros espetaculares pelo Caribe, a bordo dos maiores navios da Royal Caribbean (à época) e da Disney Cruise Lines, não foi difícil elencar os diferenciais de cada um. O contato mais intenso com os Oficiais do navio (incluindo o Capitão, que comandou uma palestra sobre os bastidores da embarcação), e o diretor de cruzeiro, que levou ao palco para merecidos aplausos a tripulação locada em todos os setores, assegura que a gente se sinta em casa no navio da NCL.

A liberdade pra definir os horários dos shows e das refeições, o restaurante preferido (entre os vários pré-pagos) e quem deseja valorizar (destinando a gorjeta e a indicação de vacation hero a quem de fato nos surpreendeu) corroboram a proposta da Norwegian, de proporcionar aos passageiros as lembranças nada passageiras de um freestyle cruising, customizado conforme os hábitos de cada um.

 

 

Assim, abastecidos de alegrias, seguimos pra Itália,

pra comer, rezar, amar,

e definitivamente desejar voltar.

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