Um dos grandes pontos positivos do festival Cannes Lions é poder discutir a indústria da publicidade e seus problemas, encontrando soluções de forma conjunta.
A questão da representatividade de minorias é um assunto importante que ganhou os holofotes nos últimos anos, mas ainda há um caminho longo a percorrer.
Carol Watson, diretora da firma de consultoria Diversity Best Practices, apontou nesta semana alguns desses desafios. “Muitas vezes não temos nem os dados para saber quais são as lacunas que precisamos preencher. É (necessário) mais mulheres? Pode não ser. São mulheres de um certo nível de escolaridade?”, afirmou Watson.
Segundo a executiva, o poder para começar a mudança deve partir do topo, com os líderes abrindo espaço para responder perguntas e criar canais de comunicação com os colaboradores.
“Uma liderança inclusiva precisa ter certeza que todas as vozes são ouvidas, certificar-se que ninguém está de fora”, apontou.
Um dos pontos que Watson ressaltou em sua entrevista para a AdAge é a responsabilidade desses líderes em serem inclusivos. E caso eles não estejam sendo bem-sucedidos no desafio, serem cobrados por isso.
E uma das formas de se ter ciência sobre o bom trabalho ou não são os dados.
“Quantas pessoas na lista de candidatos (para uma vaga) são de minorias, qual é a diversidade de seu grupo de colaboradores e o número de retenção? Muitas vezes nós não temos os números”, enfatizou.
Segundo Carol Watson, a ideia não pode ser apenas preencher uma necessidade por mais diversidade de gênero, etnicidade e background mas não se preocupar com o bem-estar e a retenção dos talentos na empresa.
A cobrança também precisa ser feita nesses parâmetros para aí sim descobrir quem está fazendo um bom trabalho de inclusão e pode se considerar um líder inclusivo.
Para isso os números e a cobrança de responsabilidades e resultados são grandes auxílios para alcançar melhores ambientes de trabalho.
