Um imperativo da Indústria: Crackeando o Código da Criatividade
25 de Setembro de 2017

Um imperativo da Indústria: Crackeando o Código da Criatividade

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Durante o Festival Cannes Lions deste ano, na manhã do dia 26 de junho, foi realizado um talk proposto pelo Hulu, no quadro do Lions Enternainment, que contou com a participação de Michael Hopkins, CEO Hulu desde 2013. Junto a ele estavam Jason Reitman, director and produtor, dirigiu filmes como Thank You for Smoking e Juno, e produz séries originais para o Hulu. Rob Norman, CDO do Groupm North America, mediou a conversa entre os dois.

Hopkins explica que o grupo Hulu começou em 2008, quando era somente um site de streaming de video gratuito. Nos últimos 9 anos passou a propor diversos serviços, dentre eles uma programação exclusiva e original, assim como produções de TV. A conversa entre os 3 girou em torno da produção de conteúdo nessa nova era, onde a facilidade de compartilhar um conteúdo nos dá a capacidade de contar uma história.

Jason salientou durante a conversa a importância da profundidade do que se faz e a busca daquilo que realmente lhe interessa. Assim é possível se destacar da massa de conteúdo. Ele também enfatizou que uma história que talvez não interesse a uma grande massa em algum país ou local, especificamente, pode mesmo assim encontrar um público espalhado pelo mundo e criar uma pequena comunidade em torno dele.

 

A evolução da mídia
Em resposta à uma pergunta sobre o assunto, Hopckins afirmou que o que está acontecendo com a mídia e a tecnologia é uma transformação da experiência do entretenimento, convergindo para uma experiência de broadcast. Segundo ele, cada um tem sua maneira de assistir à um conteúdo e a experiência de cada um será diferente e o que fará a diferença nas mídias será a sua habilidade de tutoriar, programar e recriar essa experiencia, para levar novas ideias para esses diferentes canais.

 

Regras estão sendo abolidas
“Não estamos mais preocupados com grades de horários e tarifas de propagandas de acordo com a programação. Perdemos também a preocupação com o tempo e a duração não interessa mais. Isso dá mais liberdade para se contar uma história e de liberar a criatividade”, pondeou Michael Hopkins.
Exemplificando sua proposta, ele citou que um filme hoje não tem um limite de duração para entrar numa grade horária, nem duração mínima. Tanto faz se para contar uma história interessante é preciso 10 minutos ou 4 horas, o importante é que a ideia e o resultado sejam interessantes do começo ao fim,

 

Dedo no pulso
Hopkins continuou falando sobre a estratégia da Hulu no uso de pesquisas com a audiência visando desvendar qual será o melhor caminho para um programa que eles desejam produzir. Porém, mesmo assim, há espaço para subjetividades. Se eles acreditam que a audiência vai provavelmente gostar de certo conteúdo, eles investem na ideia e nesses casos o resultado é que a audiência cresce do primeiro episódio até último, ao contrário de muitas séries de TV que começam com grande audiência mas que o público não adere. “Assim, continuamos testando e vendo o que a audiência aprecia ou não.”

 

A propaganda e o futuro dos comerciais
O CEO da Hulu explicou que na plataforma da empresa as pessoas têm a opção de pagar para ver ou não o comercial. “Porém se o comercial é interessante e o público gosta, você não sente que é um comercial”, disse Hopkins.Ele explica que economicamente esse modelo funciona melhor com a propaganda, pois as agências estão criando excelentes vídeos que estão se tornando tão entretenedores quanto o conteúdo a ser visto. E, como a propaganda tem seu target, as pessoas vão assistir o que eles gostam. 

Jason adicionou ao comentário de Hopkins que a propaganda está mudando rápido, “estão ficando melhores, e precisam ser melhores, precisam ser interessantes e contar histórias, precisam fazer as pessoas rir, se sentir bem e emocioná-las”. O cineasta comentou ainda, que não importa em que tela uma história será vista, um bom storytelling é um bom storytelling em qualquer tamanho.

Nota da redação
Em resumo, o recado que quiseram deixar é que o spot comercial precisa deixar de ser um spot comercial e não se inserir dentro de um conteúdo, mas SER o conteúdo. Isso reflete exatamente o que vimos ontem com a campanha do Santander vencedora do Entertainment Lions. Confira: