Série “Cannes sob o ponto de vista dos criativos de Santa Catarina”, com Rafael Bittencourt, Sambba
06 de Junho de 2014

Série “Cannes sob o ponto de vista dos criativos de Santa Catarina”, com Rafael Bittencourt, Sambba

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rafael bitencourt_mAcontecendoAqui – Qual o conceito que você tem sobre o Festival de Cannes e sua importância na carreira de um criativo?

Rafael Bittencourt – Se você é antenado e sabe o que está acontecendo, vai encontrar tudo lá. Aí talvez até nem precise ir. Se você não sabe o que está acontecendo, não é lá que você vai entender. Aí talvez não adiante ir.
Para quem está começando, muitas vezes tem mais valor ler o “Manual do Estagiário” do Eugênio Mohallem (grátis na web) e folhear todos os anuários da história do CCSP do que cair de paraquedas no Festival de Cannes. E antes de querer ir a Cannes tem que querer ir ao Louvre. Senão tá errado.
AAqui – Poucas agências catarinenses já concorreram na premiação. Na sua opinião, por que essa pequena participação?

R. B. – Acho natural que a participação seja pequena. Estranho seria se fosse diferente.
Acredito mesmo que a maioria das agências catarinenses não podem e não devem perder o foco nos leões que precisam matar todos os dias para tornar seu trabalho relevante para o mercado e para o negócio dos seus clientes.
Precisamos ganhar mais estatuetas do Prêmio Abril, mais prêmios Profissionais do Ano, mais critério e mais qualidade no trabalho e isso virá naturalmente.
AAqui – Você já esteve em Cannes acompanhando o Festival?

R. B. – Nunca participei do Festival, e essa não é uma das minhas viagens dos sonhos. Mas talvez possa ir num futuro próximo, se a oportunidade se apresentar.
AAqui – Algum trabalho que teve sua participação já concorreu em Cannes?

R. B. – Não.
AAqui – Por quais motivos você não inscreve trabalhos em Cannes?

R. B. – Não tenho nenhuma restrição quanto à inscrição de trabalhos, mas acompanhando o Festival é possível entender o perfil criativo que agrada aos júris. Nem tudo o que é bom e criativo vai bem em Cannes. E não há muito sentido em pagar em Euros a inscrição de trabalhos que não sejam compatíveis com o perfil do Festival.
Também nunca trabalhei em uma dessas várias agências que passam esses últimos dois meses antes do evento criando peças que ninguém pediu e empenhando produtoras para fazer de graça os videocases de cases que nunca aconteceram, tudo em inglês, sonhando com um Leão que deveria se chamar Fake Lion. Se não colar beleza, depois a gente manda pra Archive.
Ganhar um Leão de Cannes evidentemente é um fato que não passa despercebido no currículo de ninguém. Mas eu me orgulho de ter recebido e eventualmente receber prêmios e reconhecimento por trabalhos que eu fiz de verdade, para clientes de verdade e com necessidades e resultados de verdade. Se tivermos a oportunidade de ganhar Leões assim, como a ALMAPP BBDO e outras boas agências brasileiras exemplares tem conseguido fazer de forma notável, aí sim vai ser ótimo.
AAqui – Qual trabalho brasileiro pode surpreender em Cannes neste ano?

R. B. – Acho que pode surpreender para o bem qualquer agência que mostre que é capaz de conquistar um reconhecimento mundial com o trabalho que faz no dia a dia. Se essa agência estiver fora do eixo das grandes redes e do circuito Jardins-Paulista-Berrini, vou achar ainda melhor.
E se for uma agência catarinense, qualquer uma, vou aplaudir de pé com orgulho.

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