Série “Cannes sob o ponto de vista dos criativos de Santa Catarina”, com Alexandre Guedes – RD12
10 de Junho de 2014

Série “Cannes sob o ponto de vista dos criativos de Santa Catarina”, com Alexandre Guedes – RD12

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guedes 2014AcontecendoAqui – Qual o conceito que você tem sobre o Festival de Cannes e sua importância na carreira de um criativo?

Alexandre Guedes – Cannes começou como um grande evento e tinha como principal objetivo valorizar e premiar as grandes ideias pelo mundo. Hoje, em virtude das mudanças do mercado e do próprio crescimento absurdo do evento, isto mudou. Atualmente, Cannes é uma grande feira de tendências, negócios e criatividade. Apesar das ideias, ações e peças criativas perderem um pouco da sua força, o evento acaba ganhando um outro tipo de público no festival, que são os clientes e os profissionais de marketing das grandes empresas mundiais. É muito bom eles valorizarem e saberem da importância de se aprovar grandes ideias para suas marcas. Para os criativos, porém, Cannes é fundamental e imprescindível. É a nossa Disneylândia. Só o networking já vale a pena. Você vai conviver por uma semana com os melhores criativos do mundo, vai poder ver grandes trabalhos e trocar ideias e experiências com grandes profissionais. Posso afirmar que Cannes muda a cabeça de um criativo.

 

 

AAqui – Poucas agências catarinenses já concorreram na premiação. Na sua opinião, por que essa pequena participação?

A. G. – Acredito que esta pergunta reflete um pouco a forma como a maioria das agências, dos profissionais e dos clientes pensa. Uma agência só tem uma razão de existir: oferecer grandes ideias para os clientes. Na verdade, todos têm que buscar isso para as marcas que trabalham. Senão, o que a gente vai entregar vira commodity. E, se virar commodity, o cliente vai procurar o menor preço. Aí, amigo, a qualidade criativa desce a ladeira e tudo é nivelado por baixo. Enquanto a grande ideia não for o objetivo de todos, vamos ter frases e discursos tortos, como “prêmio não é importante”, “não ligo pra isso”, “eu sou pequeno, não dá pra ganhar” ou “sou de uma cidade no interior, fica difícil ganhar prêmio”. Enfim, como se a grande ideia tivesse alguma relação com o local onde você está. Temos que trabalhar muito, formar profissionais e nos unir, para que possamos mudar este cenário e sermos reconhecidos pela excelência criativa. Inscrever em premiações e no Festival de Cannes, será consequência.

 


AAqui – Você já esteve em Cannes acompanhando o Festival?

A. G. – Sim, duas vezes. Foram experiências maravilhosas e impactantes. O criativo realmente volta com outra cabeça e com uma fome de construir grandes trabalhos.

 


AAqui – Algum trabalho que teve sua participação já concorreu em Cannes?

A. G. – Sim, vários. Desde o tempo em que eu estava na McCann, na Fischer América e até nas agências nas quais trabalhei em Santa Catarina, como Quadra, D/Araújo e 9mm. A partir do ano que vem, espero que a RD12 faça história e consiga brilhar no Festival. Vamos trabalhar muito para isso.

 

AAqui – Por quais motivos você não inscreve trabalhos em Cannes?

A. G. – Eu só não inscrevo em Cannes se realmente não produzir nenhum trabalho competitivo naquele determinado ano. Em Cannes, também tem que saber apresentar a peça, tradução é muito importante, além de outros macetes que podem fazer a diferença. Afinal, sua peça está sendo julgada por diversas cabeças criativas de todo o mundo. Então, saber fazer a inscrição, às vezes, é tão fundamental quanto a ideia do seu trabalho.

 


AAqui – Qual trabalho brasileiro pode surpreender em Cannes neste ano?

A. G. – Eu torço para o trabalho do “Ursinho Elo”, do Alvinho Rodrigues e de sua equipe da DM9 Rio. Um trabalho maravilhoso, que consegue ir além da bela ideia. É sensível, impactante, e é o tipo do trabalho que dá vontade de dar um soco na mesa e dizer: porra, queria ter feito!

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